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Fevereiro deste ano ficou marcado como a data na qual os grandes eventos agrícolas retornaram, em forma presencial. Desde 2020, os dias de campo, feiras, congressos e demais encontros passaram para o formato virtual ou foram adiados, devido à pandemia que se instalava. O primeiro grande evento após a retomada foi a Show Rural Copavel, em Cascavel (PR), que apresentou faturamento recorde de R$ 3,2 milhões e animou expositores e visitantes no fechamento de novos negócios e manutenção do networking.

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Vozes do Agro (Foto: Estúdio de Criação)

 

Apesar da empolgação geral, em muitos estandes os exames de Covid para os expositores ocorreram antes do início da feira, durante e também ao final, para assegurar que retornassem em segurança. Alguns chegaram ao ponto de realizar exames diários em toda equipe e nos terceiros que trabalhavam nos estandes, além da exigência de máscaras e outros cuidados. Mas, conforme os meses foram passando, ao número de vacinação crescendo e de contaminados caindo, as restrições diminuíra e nas feiras do segundo trimestre do ano já não havia mais a necessidade de máscaras.

Essa primeira feira criou fôlego para que os outros grandes eventos seguissem o mesmo curso, com o calendário já cheio durante todo o ano e nas cinco regiões do país. Esses eventos presenciais são muito importantes para as estratégias de marketing das empresas do agro e as edições online não conseguiram suprir a vontade de olhar nos olhos de clientes, parceiros e colegas.

A alegria entre todos os participantes desses eventos tem sido explícita. Todos saudosos pelos reencontros e até com saudades dos concorrentes. Os eventos agrícolas são muito mais do que os números de vendas indicam. São transferência de tecnologia em tempo real, empresas fazendo extensão rural ao vivo e em cores, ensinando e aprendendo com os produtores, fabricantes e fornecedores, clientes sugerindo novos produtos às empresas, bancos disputando as negociações por meio de ofertas de financiamentos diferenciadas. Enfim, infindáveis conversas entre todos os elos da cadeia, em uma verdadeira relação ganha-ganha.

Notamos, porém, algumas mudanças na dinâmica dos participantes nas primeiras feiras do ano. Entre os membros da AsBraAP (Associação Brasileira de Agricultura de Precisão) verificamos a ausência de muitos fabricantes de componentes de agricultura de precisão como expositores. Nas rodas de especialistas questionou-se o motivo, visto que sempre estiveram presentes e com grande visitação em suas instalações. Umas das explicações pode ser a diminuição do mercado de aftermarket, que era muito representativo e levava estes expositores de tecnologia embarcada e disputar centímetro a centímetro o mercado de equipamentos usados, para dar um upgrade tecnológico em tratores, pulverizadores e colheitadeiras fabricadas anos atrás.

Porém, nas grandes feiras seguintes como a Tecnoshow Comigo e a Agrishow, muitos voltaram a participar, demonstrando que esse mercado ainda tem muito a se expandir na agricultura brasileira. A Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), bateu todos os recordes de público e faturamento – 193 mil visitantes, 800 expositores e R$ 11 bilhões em negócios gerados.

Além disso, quando os estandes de empresas de tecnologia estão em números menores, essa ausência é compensada pela presença dos membros destas empresas espalhados nos estandes dos grandes fabricantes de máquinas. O foco desse mercado de tecnologia embarcada em máquinas agrícolas passa a ser ainda mais fornecer tecnologia para máquinas novas, dentro das linhas de montagem. As máquinas antigas já estão em boa parte atualizadas com os sistemas de agricultura de precisão.  Essa nova realidade é mais um indicador que nossa agricultura continua buscando o que há de mais moderno em campo, para que agronegócio nacional continue protagonista na produção de alimentos com as melhores tecnologias e com muita sustentabilidade.

*Fabio Pernassi Torres, engenheiro agrônomo, secretário da AsBraAP (Associação Brasileira de Agricultura de Precisão) e gerente de vendas da Jacto.

**As ideias e opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade exclusiva de seu autor e não representam, necessariamente, o posicionamento editorial da revista Globo Rural

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Source: Rural

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