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O funcho (Foeniculum vulgare) é uma planta originária das regiões do Mediterrâneo frequentemente confundida com a erva-doce. O chá de funcho é conhecido por suas propriedades medicinais, que ajudam a melhorar a digestão e a combater cólicas intestinais. A planta, no entanto, pode ser usada integralmente, pois enquanto o consumo das raízes ajuda a prevenir doenças, a parte aérea serve de hortaliça na culinária. Já as sementes são utilizadas para a extração de óleos essenciais que podem fazer bem para a saúde.

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(Foto: Creative Commons)

 

O funcho se adapta bem em vários tipos de clima, mas se desenvolve melhor em locais com boa incidência de luz solar, temperatura amena e solos férteis. No Brasil, o funcho doce é o mais utilizado e sua altura varia entre 70 cm e 1 metro. Já na Europa, a erva pode chegar a 2 metros.

Origem do funcho

 

(Foto: Creative Commons)

 

O funcho veio da região do Mediterrâneo e vem sendo usado como erva medicinal há milhares de anos pelos povos locais. O engenheiro agrônomo e professor especializado em ervas medicinais Ademar Menezes Jr. explica que diversas ações terapêuticas da erva foram descobertas graças às experimentações realizadas ao longo dos anos pela civilização europeia. Mais tarde, com a chegada da ciência moderna, foi possível confirmar os resultados que o consumo da planta é capaz de possibilitar. 

O próprio comportamento do povo ajudava a agregar novas percepções. “Antigamente existia o costume de aromatizar os vinhos com plantas para disfarçar a má qualidade da bebida. E o funcho era usado com essa função. Depois de um tempo, foi observado que as pessoas que bebiam vinho com a adição daquela planta tinham uma reação diferente”, conta.

Ao ser percebido que a erva além de aromatizar, também interagia com o organismo, suas ações terapêuticas começaram a ser desvendadas. “Então, dessa forma, passou a ser separada e escolhida como planta medicinal”, complementa.

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Para que serve o funcho?

(Foto: Creative Commons)

 

São diversos os papéis que o funcho pode desempenhar. Serve de alimento, podendo ser consumido cru ou cozido. Na Itália há um prato típico chamado Polo con Finocchio, ou frango com funcho. “É comum utilizar o pseudobulbo, ou seja, a base da planta como hortaliça”, conta o especialista.

As sementes também são utilizadas como oléos essenciais ou condimento para aromatizar vinhos e pratos, como bolo de fubá ou até mesmo embutidos como salames, entre outros.

Outro ponto interessante é que o funcho tem ação galactagoga. Ou seja, estimula a produção de leite, o que pode ajudar as mães que estão amamentando. “A gente pode até incluir o funcho na área da veterinária para auxiliar animais que precisam aumentar a lactação. E por ser uma planta rústica, dá para semear e usar como forragem”, acrescenta.

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Benefícios para a saúde

 

(Foto: Creative Commons)

 

 

Por ajudar a prevenir ou como curar doenças, o funcho é considerado uma erva medicinal. Entre os benefícios mais conhecidos estão o relaxamento dos músculos e o combate às cólicas estomacais causadas por gases ou problemas digestivos.

“Se eu tenho má digestão e, junto às refeições, tomo um chá de funcho, vou evitar esse problema. Mas se eu já estou com cólica, o mesmo chá é indicado, só que dessa vez, a função será curativa e não apenas preventiva”, exemplifica.

Também ajuda a amenizar a cólica de crianças recém-nascidas também. “Aqui no Brasil havia um medicamento chamado ‘funchicorea’, que nada mais era do que o funcho e a chicória moída transformados num pó. E aí as mães pegavam uma chupeta, passavam nesse pozinho e davam para criança consumir. Por conta da ação carminativa da erva, ou seja, da ação de relaxar a musculatura abdominal, ajuda a diminuir a cólica”, esclarece.

Outra função da erva é a anti-inflamatória. De acordo com Ademar, ajuda a acabar com  furúnculos e abscessos. “Se você pegar a semente amassar bem, aquecer um pouquinho e colocar como compressa no local a ação será excelente. Há, ainda, a ação anti séptica, que ajuda a acabar com infecções de garganta ou na gengiva, através de gargarejos ou bochechos”, sugere.

Diferenças entre funcho e erva-doce

funcho (Foto: Creative Commons)

 

O funcho e a erva-doce são da família das Apiáceas, mas as espécies são diferentes. O funcho é do tipo Foeniculum vulgare e a erva-doce é Pimpinella anisum. Embora a aparência seja semelhante, Ademar Jr. assegura que as diferenças são grandes.

“O funcho é muito mais aromático e as sementes são maiores. Além disso, já temos produção no Brasil. Já a erva-doce é praticamente toda importada do Egito ou da Índia. E, por isso, vem uma quantidade enorme de fragmentos de insetos. É uma semente muito atrativa aos insetos e na hora de colher, é difícil fazer essa separação. Já o funcho, por ter sementes maiores, facilita a seleção”, analisa.

A título de curiosidade, o engenheiro agrônomo do Quintal pelo Mundo, Maurício Andrião, conta que o nome da família Apiáceas era Umbeláceas, por causa da aparência de “umbrella” (guarda-chuva em português), formada pela composição das flores. “Também fazem parte dessa mesma família, a cenoura, a salsa, o aipo e o cominho”, complementa.

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Source: Rural

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