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A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária realizou, nesta quarta-feira (27/4), o lançamento de novas cultivares de soja, trigo e braquiária. As variedades integram uma série de anúncios feitos pela estatal de pesquisa em um evento transmitido pela internet, em comemoração aos 49 anos de existência.

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Novas cultivares de soja da Embrapa são adequadas para a adoção do refúgio, segundo a empresa (Foto: Divulgação/Embrapa)

 

A variedade de trigo BRS Tarumaxi foi desenvolvida por melhoramento genético para os Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. É destinada para forragem, a fim de melhorar a produção de leite e carne. Segundo o presidente da empresa, Celso Moretti, informou que a variedade é adaptada ao calor, suportando oscilações de temperatura entre 10 a 30 graus, que podem ajudar em períodos de estiagem.

“E ela apresenta tolerância ao alumínio do solo. As raízes, que chegam a 1,3 metros de profundidade, possibilitam resistência à toxidez por alumínio”, explicou.

Foi lançado também o capim braquiária ruziziensis BRS Integra, desenvolvido para Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). Moretti lembrou que o Brasil soma hoje 17 milhões de hectares cultivados nesse sistema. “É a cultivar mais indicada para aumentar a produtividade. A produção de sementes é bastante uniforme, floresce uma vez por ano o que torna o manejo muito fácil”, disse Moretti.

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Duas variedades de soja também foram lançadas: a BRS 2553XTD é adaptada às condições do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. Já a BRS 2558XTD  é para Rio Grande do Sul e Paraná. Desenvolvidas em parceria com a Meridional, as duas cultivares primetem tolerância aos herbicidas glifosato e dicamba, além de resistência às principais lagartas da cultura.

Segundo a empresa, as duas variedades podem ser usadas como opções para refúgio em lavouras plantadas com a tecnoligia XTend, da Bayer. O refúgio é uma técnica de manejo utilizada para evitar o surgumento de pragas resistentes aos efeitos das tecnologias existentes nos grãos transgênicos e prolongar sua vida útil e eficiência. 

Foram anunciadas ainda cinco cultivares de cupuaçu, chamadas Cupuaçu 5.0. Segundo Celso Moretti, são clones com promessa de alta produtividade e de resistência ao fungo que provoca a doença vassoura-de-bruxa. Ele afirmou que, essas novas variedades estendem de quatro para seis meses o período de safra e produzem 14 toneladas por hectare, enquanto a média no Pará é de 2,5 toneladas por hectare.

Trigo para forragem visa melhorar produção na pecuária de corte e de leite (Foto: Divulgação/Embrapa)

 

Genética de tilápia

Durante o evento, foi anunciado também o lançamento do sistema Tilaplus Parentesco. A ferramenta realiza análises genômicas de parentesco e estrutura genética de matrizes de plantéis de tilápia, permitindo a racionalização do uso e comércio de germoplasma. O presidete da Embrapa, Celso Moretti, explicou que, atualmente, cruzamentos consanguíneos na espécie podem gerar perdas de até 10% na produção.

“O Brasil tem uma oportunidade enorme de aumentar produção de peixes de água doce. A produção hoje é 1,3 milhão de toneladas de peixe marítimo e de água doce. E a China está com 36 milhões de toneladas. E o Brasil pode expandir muito, porque a Embrapa tem trabalhado no melhoramento genético. e essa plataforma traz mais uma grande contribuição”, disse.

Baçanço Social

Em seu balanço social, Moretti argumento que em 2021 o impacto de 169 novas tecnologias e 220 cultivares criou um lucro social de R$ 82 bilhões, gerando 50 mil empregos em plena pandemia. Ao longo dos últimos 25 anos, período no qual esse cálculo é realizado, o lucro social foi de R$ 1,2 trilhão. “Se alguém tem dúvida se vale a pena investir em tecnologia, ciência e inovação agropecuária, o investimento nesses últimos 25 anos, metade da história da Embrapa, devolvemos em média R$ 12 reais para a sociedade brasileira (de cada real investido). Nos últimos 18 anos nós geramos 1,6 milhão de novos empregos, é um número muito significativo.”

Plataforma de análise genética de tilápia visa evitar cruzamentos consanguineos, que reduzem produção (Foto: Divulgação/Embrapa)

 
Source: Rural

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