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O Brasil tem a segunda maior frota de aviação agrícola do mundo, com 2.432 unidades, atrás apenas dos Estados Unidos (3.600), mas o produtor que deseja investir agora na compra de um aparelho da marca americana Air Tractor, que fabrica os maiores aviões agrícolas turbo-hélice do mundo, tem que esperar até 2024 pela entrega.

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Thiago Silva, diretor no Brasil da AgSur Aviones, revenda argentina da Air Tractor que está com estande na Agrishow, diz que este ano é bem atípico porque a pandemia provocou uma aceleração da demanda e a fábrica não conseguiu elevar sua capacidade de produção devido a problemas logísticos e à escassez de componentes como alumínio.

“Em 2021, vendemos 21 unidades, número que só perde para 2014, quando foram comercializados 22 aviões. Para este ano, pedimos 40 unidades, mas a fábrica só disponibilizou 25 e todos já foram vendidos.”

Estande da Air Tractor na Agrishow (Foto: Eliane Silva)

 

A Air Tractor fabrica seis modelos. O mais barato, o AT 402B, tem motor de 680 hp, comporta 2.226 kg de carga e custa a partir de US$ 1,061 milhão, mais US$ 22,4 mil de traslado para o Brasil. O modelo mais caro chega a US$ 2 milhões, tem motor de 1.295 hp e comporta 4.195 kg de carga.

No primeiro dia da feira (25/4), Thiago diz que praticamente fechou dois negócios e espera encerrar a semana com a venda de pelo menos quatro ou cinco unidades. “A procura está bem grande, mas muitos interessados desanimam com o prazo de entrega, que nunca foi tão longo.”

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Ele conta que 90% das vendas são para produtores rurais e 10% para empresas de aviação agrícola. A maioria dos negócios é fechada com financiamento internacional, que tem pagamentos semestrais. No ano passado, apenas 4 das 25 vendas foram financiadas por bancos nacionais, que têm parcelas mensais. Houve também quatro vendas à vista, modalidade em que o comprador garante uma economia de 7% relativa ao prêmio seguro.

Há cinco anos, 90% dos clientes da AgSur eram produtores rurais do Mato Grosso. Atualmente, além do Mato Grosso, as vendas estão pulverizadas por Minas Gerais, Bahia, Tocantins, Maranhão, Goiás, São Paulo e Mato Grosso do Sul.

Estande da Air Tractor na Agrishow (Foto: Eliane Silva)

 

Diante da demora na entrega, a demanda por aviões usados também aumentou, segundo Thiago, mas a oferta está muito pequena. “Antes, um avião usado ficava meses à venda. Hoje, dois dias após a oferta, o aparelho já foi negociado e o preço está muito próximo do avião novo. Recentemente, tivemos um modelo 2018 vendido por US$ 1,150 milhão, quase o mesmo preço do novo. E, no caso do usado, o comprador tem que pagar à vista.”

Segundo o diretor, uma pulverização aérea bem feita, seguindo as normas de aplicação, tem 90% da eficiência da pulverização terrestre, com as vantagens da rapidez, da cobertura de áreas maiores e de não ter o amassamento da lavoura.

Ipanema

A divisão de aviação agrícola da Embraer, que fabrica os modelos Ipanema, também está com estande na Agrishow, mas não comenta como estão os prazos de entrega. A empresa encerrou 2021 com recorde de vendas: foram entregues 42 aeronaves Ipanema, um aumento de 91% em comparação com o ano anterior.

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Estande da Air Tractor na Agrishow (Foto: Eliane Silva)

 

Segundo a assessoria, a expectativa para 2022 é que seja mais um ano de crescimento devido ao desempenho favorável do agronegócio brasileiro e da confiança dos produtores e empresas aeroagrícolas em antecipar a demanda de 2022. Desde 2005 movido a etanol, o Ipanema é líder de mercado no segmento de pulverização aérea, com 60% de participação, e o modelo 203, que incorpora as mais recentes inovações tecnológicas do segmento, atingiu a marca de cem aeronaves entregues.

Segundo dados divulgados pelo Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag), no ano passado, a aviação agrícola brasileira ganhou mais 80 aviões, um crescimento de 3,4%. O Mato Grosso lidera o ranking de mais unidades, com 600 aviões. A maioria são aeronaves de motor a pistão, mas a participação dos aviões turboélices de fabricação norte-americana cresceu 344% nos últimos dez anos. Em 2011, esses modelos tinham 3,99% do mercado e em 2021 subiram para 22,45%.

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Source: Rural

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