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O Ministério da Agricultura informou nesta terça-feira (14/9) que a Arábia Saudita suspendeu as importações de carne bovina de cinco frigoríficos de Minas Gerais após o Estado apresentar um caso atípico de mal da vaca louca.

As autoridades sauditas, no entanto, mantiveram as importações de Mato Grosso, onde um segundo caso da doença também foi confirmado.

Suspensão de frigoríficos de apenas um dos Estados com caso atípico do mal da vaca louca gera suspeita de protecionismo por parte da Arábia Saudita (Foto: REUTERS/Paulo Whitaker)

 

Ainda de acordo com o Ministério da Agricultura, estão sendo realizadas reuniões para tratar da suspensão, mas não há previsão de quando as exportações das cinco plantas serão retomadas.

Em 2014, quando houve o penúltimo caso atípico de vaca louca no Brasil, as autoridades sauditas também suspenderam as importações, mas em 2019 não adotaram essa medida.

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Para o analista de mercado da Agrifatto Consultoria, Yago Travagini Ferreira, causa estranheza o fato de a suspensão ter se restringido a frigoríficos de Minas Gerais, uma vez que também foi reportado um caso atípico de mal da vaca louca em Mato Grosso.

“Dá um indicativo de que tem alguma coisa comercial ou política por trás”, avalia Travagini ao recordar que o país suspendeu recentemente 11 frigoríficos de aves sem enviar qualquer justificativa oficial para a medida.

“Pensando sanitariamente, não faz sentido você embargar só um Estado pela mesma doença que o outro teve. Na minha concepção, tem um ponto político e comercial, sim, nesse quesito para a definição de embargo ou não para determinados Estados”, observa o analista da Agrifatto.

Das 25,5 mil toneladas de carne bovina exportadas para a Arábia Saudita neste ano, 3,9 mil toneladas foram do Mato Grosso e 3 mil de Minas Gerais, segundo dados do Ministério da Agricultura.

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De acordo com o secretário-geral da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira (CCAB), Tamer Mansour, a suspensão dos frigoríficos de Minas Gerais, mas não do Mato Grosso, se deu porque os animais que apresentaram os sintomas seriam abatidos em frigoríficos mineiros.

Segundo informações divulgadas pelo Ministério da Agricultura, contudo, os casos foram constatados em estabelecimentos diferentes, no momento da inspeção pré-abate.

“O caso envolvia animais que iriam para Minas e como a produção iria acontecer em Minas Gerais, eles suspenderam o Estado onde a produção iria acontecer”, explica Mansour ao ressaltar que “isso, exatamente, demonstra que é um caso atípico e que o Mato Grosso não está no radar para fechamentos”.

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Diferente da China, cuja suspensão foi feita de forma voluntária pelo Brasil seguindo protocolos sanitários já firmados com o país, a suspensão da Arábia Saudita foi uma decisão das autoridades sanitárias sauditas. Em 2014, última vez que o país suspendeu as importações brasileiras por causa de um caso atípico de mal da vaca louca, a suspensão durou quase um ano.

“Acredito que, com a nossa agilidade, comunicação e o estabelecimento de um adido agrícola em Riad há quase quatro anos, esse caso não pode passar de muito tempo, não. Certamente as comunicações serão as mais rápidas possível”, avalia o secretário-geral da CCAB.

Procurada por Globo Rural, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) não retornou até a publicação desta reportagem.
Source: Rural

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