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Segunda bebida alcoólica mais consumida no Brasil, atrás somente da cerveja, a cachaça vem passando por um processo de "premiunização” que tem tirado o cultural rótulo de que é  uma opção barata e sem qualidade.

Prova disso é que já há produtos vendidos no país a valores que ultrapassam R$ 7 mil. "Há vários fatores que encarecem a cachaça: tempo de envelhecimento nos barris, produção em baixa escala feita para colecionadores, tipo de barril e madeira em que é envelhecida”, analisa Rafael Araújo, dono da Cachaçaria Nacional, loja online de cachaças.

Dia 13 de setembro é comemorado o Dia da Cachaça (Foto: Divulgação)

 

Ele explica que os custos de produção elevados ao produtor aliados aos baixos estoques de produção encarecem o preço. “Por ser artesanal, a produção é feita em pequenas escalas, com menos barris para envelhecer a bebida comparada a uma produção industrial. Produções pequenas e familiares normalmente tem altíssimo nível de qualidade no produto”, afirma o especialista.

Os variados tipos de madeira para envelhecimento da cachaça são essenciais para a qualidade final. “Hoje, nós temos cerca de 40 tipos de madeira aprovadas para envelhecimento da cachaça e elas são muito diferentes entre si. Inclusive há diferenças na maneira de tosta e manuseio da própria madeira”, afirma.

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Outro ponto são as cachaças para colecionador. “Tem cachaças que são produzidas em mil unidades, por exemplo, ou então, feitas em um barril de primeiro uso”, explica. É o caso da Vale Verde 18 anos, comercializada a R$ 7,5 mil na loja online de Araújo. "Ela está nesse valor porque é de colecionador, inclusive, é a última unidade", conta.

Vale Verde 18 anos, a cachaça mais cara vendida na Cachaçaria Nacional (Foto: Reprodução/Cachaçaria Nacional)

Em comparação às cachaças tradicionais de mercado, normalmente comercializadas a menos de R$ 10, Araújo é enfático.

“É tudo muito diferente, o aroma e o sabor são completamente outros. Ao degustar, ela não arranha a garganta. Geralmente, com as industriais, você vai ter essa sensação de álcool mais elevado, mais proeminente quando cheira, vai arder o nariz, vai ter uma acidez."

Os três fatores primordiais para fazer uma análise sensorial de uma cachaça são: cor, aroma e sabor

Rafael Araújo, proprietário da Cachaçaria Nacional

No mercado nacional, o Centro Brasileiro de Referência da Cachaça (CBRC) estima que existam cerca de 40 mil produtores formais e informais, sendo 98% pequenos e microempresários que geram 600 mil empregos diretos e indiretos.

O número de estabelecimentos produtores de Cachaça e Aguardente registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), cresceu 4,14% de 2019 para 2020, passando de 1.131 para 1.086 registros.

Dia da Cachaça

Celebrado nesta segunda-feira (13/9), o Dia da Cachaça foi criado em 2009 pelo Instituto Brasileiro de Estudos de Concorrência, Consumo e Comércio Internacional (Ibrac) para homenagear o dia em que a bebida foi liberada pela Coroa Portuguesa para venda e fabricação no Brasil, em 13 de setembro de 1661.

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Source: Rural

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