Skip to main content

A exportação de soja do Brasil em 2021 deverá atingir um recorde de 86,7 milhões de toneladas, estimou nesta quarta-feira a associação da indústria Abiove, elevando em 1 milhão de toneladas sua projeção ante a divulgada em junho, diante da forte demanda da China.

A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) ainda reduziu a previsão de estoques finais de soja do país neste ano em 1 milhão de toneladas, para 4,16 milhões de toneladas, após alta na expectativa de exportação.

Navio carregado com soja no porto de Santos (SP). Demanda da China está firme, de acordo com a Abiove (Foto: REUTERS/Paulo Whitaker)

 

Mas o economista-chefe da Abiove, Daniel Amaral, comentou que esses números de estoques poderiam subir mais, caso o governo decida não retomar o patamar de mistura de biodiesel no diesel para 13% (B13), nível este que foi reduzido para B10 nos últimos dois certames por conta de uma escalada de preços.

"A China está demandando mais produto", afirmou Amaral à Reuters, ao explicar a revisão nos embarques do país, maior produtor e exportador da oleaginosa, após as vendas externas no primeiro semestre terem superado 60 milhões de toneladas.

Caso a nova estimativa se confirme, a exportação de soja brasileira superaria em 4,5% a registrada em 2020 e apagaria o recorde anterior de 2018 (83,25 milhões de toneladas), segundo a Abiove.

saiba mais

Preço da soja volta a subir influenciado por dólar e safra nos Estados Unidos

Argentina diz que produtores venderam 23 mi t de soja de 2020/21

 

Ele comentou ainda que, no que diz respeito ao processamento de soja no Brasil, a associação optou por não mexer no esmagamento, acreditando que o governo deverá retomar o B13 nos próximos leilões deste ano.

"Optamos por manter porque temos expectativa positiva de que o governo vai retomar o B13. Caso haja algo diferente disso, aí vamos revisar esses números, por ora tem que aguardar", comentou.

"Se mantiver o B10, é muito provável que façamos redução do esmagamento em função da queda da demanda por óleo", acrescentou. Mais de 70% do biodiesel do Brasil é feito a partir de óleo de soja.

saiba mais

Brasil pede para China esclarecer novo padrão de soja

Produtor revela segredo para bater recorde nacional de produtividade de soja no Brasil

 

A associação espera até sexta-feira uma posição do governo sobre como ficará a mistura, que foi reduzida provisoriamente em função de preços altos no primeiro semestre.

"Dado que houve redução nos preços das matérias-primas, achamos que todas as condições para retomar o B13 estão dadas."

Segundo ele, havia expectativa de que o óleo de soja encontraria mercado no exterior após a redução do biodiesel, mas essa projeção não se confirmou totalmente.

A redução provisória para o B10 diminuiu o processamento em cerca de 500 mil toneladas. "Se tiver B10 até o final do ano, o esmagamento pode cair mais 800 mil toneladas", completou.

Leia mais notícias sobre Agricultura

Ele disse não saber se a soja não esmagada em função de uma eventual manutenção do B10 iria para exportação, indicando que isso poderia ocorrer se os estoques finais projetados estivessem baixos, o que não é o caso.

Se o volume de soja não processada por conta de uma manutenção do patamar mais baixo da mistura for para estoques, isso daria um sinal negativo para a produção agrícola, disse Amaral, lembrando que a área plantada tem crescido para atender a exportação e também a demanda por farelo de soja da indústria de carnes.

"A agricultura tem investido contando com o esmagamento, isso seria muito ruim, está previsto em lei (o aumento da mistura)", afirmou ele, ressaltando que o mercado precisa de previsibilidade.
Source: Rural

Leave a Reply