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Ilustração: Bárbara Malagoli

 

Crescendo em média 15% ao ano desde sua fundação, em janeiro de 1995, a Screw Indústria Metalmecânica S/A. tornou-se a maior indústria de Cachoeira do Sul, a antiga “capital do arroz” no centro do Rio Grande do Sul. Entre outras, essa especialista em transporte helicoidal deixou para trás a própria empresa-mãe que lhe deu origem – a Agropertences, fabricante de peças para máquinas agrícolas, criada nos anos 1960, antes do boom da mecanização rural desencadeado pela extraordinária expansão da soja em território brasileiro. 

“Começamos com US$ 300 mil e três funcionários”, lembra João Augusto Streit, diretor executivo da empresa. Engenheiro mecânico, nascido há 57 anos no norte gaúcho (Santa Bárbara do Sul, hoje com 9 mil habitantes), ele trocou um emprego estável numa próspera metalúrgica de Porto Alegre pelo desafio de comandar a subsidiária inventada por Artêmio de Franceschi, descendente de italianos que prosperou como vendedor, prestador de serviços e industrial no mercado de componentes para colheitadeiras de grãos. A Screw começou nas dependências da Agropertences com a missão de fabricar helicoides, daí ter sido batizada com a palavra inglesa traduzível como hélice, parafuso ou rosca.

“Pena que Seu Artêmio não viveu para ver a nova fábrica construída à beira do traçado da BR-153”, diz João Augusto, lembrando que o fundador da Agropertences morreu há cinco anos, antes da inauguração, mas plenamente consciente das coincidências históricas que explicam os altos e baixos da agroindústria de Cachoeira do Sul. Exatamente nesse trecho do perímetro urbano, a mais extensa rodovia nacional não está asfaltada – seu primeiro trecho, entre Brasília e Belém, foi inaugurado em 1957 pelo presidente Juscelino Kubitschek. Entretanto, foi exatamente ali que a Screw achou a área ideal para a construção de suas novas instalações: uma fazendola de 75 hectares comprada em leilão do espólio de Reinaldo Roesch, o maior industrial do arroz do Estado nos anos 1940/60.

A remissão a meio século atrás sinaliza quanto a modernidade se constrói sobre o que sobrou do passado. Antes de ter sua imagem fixada em bronze na frente do novo pavilhão industrial da Screw, Artêmio de Franceschi deixou aos seus herdeiros e sócios* o desenho de um novo rotor de colheitadeira. No papel, parece simples. Na realidade, é um dos mecanismos-chave da maior das máquinas agrícolas. “É uma das nossas obrigações levar adiante essa herança”, diz João Augusto, salientando que a Screw está decidida a focar prioritariamente o segmento em que atua desde o começo. Se vai ou não fabricar o novo rotor, é algo imponderável no momento.

*A família do fundador controla 66% das ações do grupo. O presidente, Gelcio de Franceschi, tem dois votos. Dos sócios minoritários,  o maior é o diretor João Streit, com 18%.

Leia a reportagem completa no 14° Anuário do Agronegócio Globo Rural, disponível nas bancas e no Globo +.

 

 
Source: Rural

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