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Nova lei dos agrotóxicos pretende encurtar tempo de análises de produtos em órgãos competentes.(Foto: Ernesto de Souza/Ed. Globo)

 

 

A Bayer defende que a avaliação de novos produtos para combater pragas e doenças na agricultura seja feita por todos os órgãos competentes no Brasil. Mas a análise deve ser mais rápida para viabilizar a entrada das tecnologias no mercado. Foi o que afirmou, nesta terça-feira (3/7), o executivo chefe de operações da Bayer Crop Science no Brasil, Gerhard Bohne, em entrevista coletiva realizada pela empresa, em São PAulo (SP).

A declaração do executivo toca em um dos principais pontos de discussão da nova lei, cujo texto original é de 2002, de autoria do atual ministro da Agricultura, Blairo Maggi. A legislação atual prevê que a análise dos produtos seja feita pelos ministérios da Agricultura (Mapa), do Meio Ambiente (através do Ibama) e da Saúde (através da Anvisa, a Vigilância Sanitária).

A nova legislação prevê que a autorização de uso seja dada pelo Mapa, com os outros dois atuando apenas como órgãos consultivos. Defensores da mudança, como representantes de produtores rurais, indústria e a bancada ruralista, afirmam que vai acelerar o registro. Críticos, como ambientalistas, entidades ligadas à pesquisa, além de Anvisa e Ibama, avaliam que aumentará os riscos ao ambiente e à saúde humana.

“Apoiamos que os três órgãos avaliem essas moléculas, mas que consigamos trazer essas tecnologias em um prazo de dois a três anos. Em uma agricultura como a do Brasil, a necessidade de inovação é muito maior”, disse Bohne.

Pontuando a necessidade de uma “legislação moderna”, Gerhard Bohne reforça que o período de análise dos produtos defendido por ele, entre dois e três anos, é semelhante ao de mercados como Estados Unidos e Europa. No Brasil, o tempo médio está entre seis e sete anos. A proposta que altera a legislação prevê, no máximo, dois.

“O que apoiamos é uma legislação séria e técnica para registrar produtos. O desafio que temos no Brasil, é que por ser uma agricultura tropical, precisa de inovação e tecnologia. A necessidade aqui é até maior que a do Hemisfério Norte”, afirmou o executivo, lembrando que os produtores rurais também têm manifestado apoio às alterações nas normas brasileiras.

Presidente global da Bayer Crop Science, Liam Condon, afirmou que a inovação e a tecnologia sempre farão parte da “equação” sobre a produção de alimentos de uma maneira que não comprometa o meio ambiente. E que, “com o foco correto” as empresas poderão contribuir com as metas internacionais de desenvolvimento sustentável.

O executivo ponderou, de outro lado, que a comunicação do setor com a sociedade de uma forma geral deve ser mais clara em relação ao papel da agricultura. Segundo Condon, as pessoas querem alimentos mais sudáveis, mas falta uma compreensão sobre o que os agricultores realmente fazem.

“Muitos não entendem o motivo de se usar os defensivos e o porque desses produtos serem necessários. Tentamos explicar que se trata de um medicamento para as plantas. Assim como as pessoas que ficam doentes precisam de medicamentos, as plantas também precisam”, disse ele.
Source: Rural

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