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O dólar fechou em alta moderada contra o real nesta segunda-feira (30/5), num dia de menor volume de negócios e sem a referência dos mercados norte-americanos, fechados por causa de feriado, o que abriu espaço para volatilidade às vésperas da formação da Ptax de fim de mês. O dólar à vista subiu 0,31%, a 4,7531 reais, próximo da máxima do dia, de 4,7572 reais, ganho de 0,40%. Na mínima, a cotação caiu 1,00%, a 4,6911 reais, menor patamar desde 22 de abril.

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Lá fora, o dólar tinha um dia misto contra pares emergentes do real, em queda de 0,6% frente ao rand sul-africano, mas em alta de 0,4% em relação ao peso chileno, por exemplo. O que chamou atenção no dia foi o baixo volume de negócios. Na B3, pouco mais de 172 mil contratos de dólar futuro haviam trocado de mãos até as 17h31. O pregão se encerra às 18h, mas no ritmo atual o giro caminha para ser o menor desde fevereiro e está 41% abaixo da média de 30 dias.

Menos negócios deixam o mercado suscetível a oscilações mais bruscas mesmo com fluxos pontuais. O acirramento da "disputa" entre comprados e vendidos em dólar na B3 em busca de uma taxa mais conveniente a suas operações ao fim de mês também adiciona instabilidade. O centro da "briga" é a Ptax do encerramento de maio, que será definida na terça-feira e servirá de referência para liquidação de uma ampla gama de derivativos.

O dia mais esvaziado decorreu da ausência de operações nos mercados norte-americanos, em observância ao Memorial Day, o que reduziu a presença de investidores norte-americanos em todo o mundo.

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A leve alta do dólar nesta segunda vem depois de a moeda recuar 9,07% desde a máxima de 5,211 reais alcançada no último dia 12. De forma geral, alguns analistas ainda defendem chances de a taxa de câmbio apreciar adicionalmente.

"Após uma reviravolta devido aos movimentos do Banco Central norte-americano (FED) que indicou um aperto mais forte na sua taxa básica -que deve ir para 4%- é provável que vejamos uma volta aos fundamentos monetários e comerciais brasileiros que irão jogar o Real numa posição ainda mais forte", disse em comentário André Perfeito, economista-chefe da Necton, citando preços elevados das commodities e juros maiores no Brasil.

"Acreditamos que o BCB (Banco Central do Brasil) irá parar o ajuste (da Selic) em 13,25%, ou seja, mais uma alta de 50 (pontos-base). Contudo se o COPOM sinalizar mais altas na taxa básica acreditamos que o Dólar pode testar os patamares pré-pandemia contra o Real indo para o nível de R$4,25", acrescentou.

O colegiado do BC se reúne em 14 e 15 de junho para deliberar sobre a Selic, e as apostas no mercado de juros indicam maior probabilidade (84%) de incremento de 50 pontos-base, para 13,25% ao ano, mas com 16% de chance de elevação mais forte, de 75 pontos-base.

Em videoconferência nesta segunda-feira, o diretor de Política Monetária do BC, Bruno Serra, destacou que o real passou a ser destaque positivo desde a virada do ano na comparação com outras moedas e que o efeito na inflação será visto nos próximos meses.

O real aprecia, em termos nominais, 17,26% ante o dólar em 2022, melhor desempenho entre 33 pares da divisa norte-americana.

Dólar (Foto: Gary Cameron/Reuters)

 

"Não deve subir muito mais"

O dólar nos mercados globais não deve subir "muito mais" ante os patamares de agora, avaliaram analistas do banco UBS em relatório nesta segunda-feira, no qual também rebaixaram a classificação da moeda norte-americana de "preferida" para "neutra".

"Embora o dólar tenha até recentemente provado seu valor como hedge na carteira, a narrativa de investimento do mercado de câmbio está mudando. O dólar se fortaleceu a um ponto em que vemos apenas ganhos incrementais e temporários à frente", disseram os profissionais no documento.

O UBS também desaconselhou posições compradas na moeda (ou seja, que ganham com a apreciação do dólar). E para posições pró-dólar já em aberto recomendou venda da divisa em momentos de alta para financiar estratégias que ganham com juros, particularmente via moedas ligadas a commodities, como a coroa norueguesa e os dólares australiano, neozelandês e canadense.

A moeda dos Estados Unidos apreciou recentemente ante o euro e o franco suíço, este considerado ativo seguro, em razão da incerteza decorrente da guerra na Ucrânia. O dólar sobe 5,9% no acumulado de 2022 frente a uma cesta de moedas fortes, mas essa alta já foi maior, uma vez que desde que bateu uma máxima em 20 anos, a 105,01, em 13 de maio, o índice do dólar acumula baixa de 3,5%.

De acordo com os analistas do UBS, o poder hegemônico dos EUA, a maior distância geográfica do conflito e laços comerciais mais fracos com o Leste Europeu do que a Europa Ocidental protegem a divisa norte-americana dos efeitos da guerra.
Source: Rural

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