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Dos anos de 1990, quando passaram a frequentar mais os cardápios de restaurantes e churrascarias sofisticados e marcaram presença em açougues em endereços requintados de grandes centros urbanos, para cá, as chamadas carnes exóticas se tornaram mais conhecidas entre os brasileiros. Porém, uma das que ainda apresentam mercado em expansão é a de paca (Cuniculus paca).

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A paca é considerada um dos maiores roedores do Brasil, com comprimento que varia de 32 a 70 centímetros (Foto: Getty Images)

 

Saborosa, de textura macia e leve, com 124 calorias em 100 gramas, e rica em proteínas, cálcio e fósforo, a carne de paca é bem-aceita pelos consumidores e lucrativa para quem a comercializa. Mas o abate não é o único destino da engorda do animal, que também pode ser fonte de renda ao produtor que se dedicar a vendê-las prontas para reprodução para novos criadores.

Inclusive, aliado ao meio de obter receita para o orçamento mensal, disponibilizar abrigo e alimento para conservação do plantel tem o nobre objetivo de dar à espécie condições de se perpetuar. A disseminação da caça predatória e a contínua ocorrência do desmatamento de áreas florestais país adentro são uma combinação que coloca em xeque a vida de boa parte da fauna nacional.

A necessidade de pouco espaço e o manejo de baixo custo, podendo utilizar até uma pocilga desativada, além da rusticidade, que facilita a lida com o animal, são outras vantagens com as quais o criador conta para o desenvolvimento da criação. Também, quando adquirida de outros criatórios, onde foram tratadas por profissionais experientes e já estão adaptadas ao cativeiro desde o nascimento, as pacas tendem a ser menos agressivas e até mansas.

A paca é considerada um dos maiores roedores do Brasil, com comprimento que varia de 32 a 70 centímetros. De hábitos noturnos, tem os pelos curtos e castanhos, que podem variar da tonalidade parda à avermelhada. Não passa de 12 anos de idade, sendo que para o abate deve ter entre 10 e 12 meses de vida, quando atinge, em média, 8 quilos de peso vivo.

Instalado no Estado de São Paulo, há um abatedouro do mamífero presente em território nacional, ao passo que existem 12 criadores estabelecidos no país e mais outros oito em vias de implantação. No entanto, já foram em maior número, permanecendo em funcionamento os que acompanharam a profissionalização da atividade, que é fiscalizada por órgãos estaduais do meio ambiente, por ser a paca um animal silvestre. Assim, a legalização do projeto é uma exigência para o empreendimento, que tem ainda a obrigatoriedade de contar com o acompanhamento de um profissional especializado.

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Início

Quatro fêmeas e dois machos são a quantidade mínima de reprodutores para começar um criatório comercial. Mas, quanto maior o plantel, mais rápido é o retorno do investimento. Avalie a melhor opção de acordo com o objetivo do empreendimento consultando criadores registrados e com boa experiência no mercado. Mais informações importantes sobre técnicas de desenvolvimento da paca, incluindo exigências legais para a implantação do projeto, também podem ser obtidas contratando a assessoria de um profissional da área, como um zootecnista.

Ambiente

Como a paca é resistente às intempéries, se adapta em todas as regiões do país e pode viver em pequenos espaços. Contudo, é melhor que no local haja elementos do hábitat natural, como tocas e um tanque, já que a espécie gosta de se banhar.

Estrutura

Alvenaria, tela, madeira e telha são alguns dos materiais necessários para construir o local de criação, com beiral de 1,80 metro, cumeeira de 2,50 metros e piso de concreto, podendo ainda ter diversos tamanhos e adequações com o progresso da atividade. Em um espaço pequeno, uma área de 20 metros quadrados com uma baia acomoda uma família. Para 12 matrizes, a indicação é de 60 metros quadrados com três baias. No lado sem cobertura, instale um tanque de 1 x 1 metro e 25 centímetros de profundidade. Para reprodução, recria e terminação, as baias podem ser de 12 a 25 metros quadrados em sistemas intensivos. Outra recomendação é manter à disposição uma caixa-ninho de 1,5 metro de comprimento e 70 centímetros de largura.

Alimentação

Frutas e vegetais diversos fazem parte das refeições das pacas, que também gostam de comer em especial grãos e raízes. Se produzir pelo menos parte dos produtos agrícolas na propriedade, os custos com a criação são reduzidos. Milho em grão, farelo de trigo, abóbora, mandioca e ração industrializada para coelhos são opções de complemento alimentício para o mamífero.

Cuidados

O criador deve se assegurar do uso de vacina antitetânica para lidar com as pacas, que podem ser agressivas quando manejadas. Botas e luvas também são consideradas equipamentos de proteção essenciais para a atividade. É ainda indicado um acompanhamento veterinário do plantel, que pode ter problemas dentários, vermes e estresse como enfermidades comuns.

Reprodução

Trinta ou 60 dias mais precoces do que os machos, as fêmeas podem reproduzir desde os oito meses de idade. Apenas uma paca é gerada em cada um dos dois partos anuais da espécie, após um ciclo produtivo de 31 dias. Para dar à luz, coloque a mãe em local separado dos demais exemplares, a fim de evitar o infanticídio até que os filhotes se tornem mais robustos.

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Source: Rural

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