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A forte estiagem que atingiu lavouras do sul do Brasil e parte de Mato Grosso do Sul na safra 2021/2022 causou perdas de R$ 35 bilhões para o agronegócio do Paraná, principalmente na soja. Foi o que afirmou o secretário de Agricultura do Estado, Norberto Ortigara, durante o Congresso Brasileiro de Soja (CBSoja), em Foz do Iguaçu (PR).

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Segundo ele, apenas de soja, as perdas nas lavouras são estimadas em 9 milhões de toneladas. Foram registrados danos também em campos de milho, feijão e tabaco. "Mas a conta de mais peso foi a soja, na sequência de uma perda que já tinha ocorrido no milho safrinha no ano passado."

soja deral (Foto: Divulgação/Seab-PR)

 

Para o secretário de Agricultura do Paraná, a recuperação das perdas deve ocorrer em, pelo menos, dois anos. No curto prazo, a expectativa é de que as culturas de meio de ano ajudem a minimizar os prejuízos. Especialmente a de milho de segunda safra, que, segundo Ortigara, vem apresentando, de forma geral, boas condições.

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"O Brasil precisa, para dar uma estabilizada nos preços, que a nossa safra seja boa. Porque nós estamos mais perto do Sul. Santa Catarina precisa de milho. Rio Grande do Sul também. O ano passou e a gente está tentando reconstruir a vida", disse o secretário.

Outra aposta do estado é no rendimento da cultura do trigo. Norberto Ortigara acredita que o Paraná deve colher mais do que na safra passada, apesar da área menor. Ele disse que, mesmo com os preços mais altos do cereal, o agricultor acabou optando pelo plantio do milho.

"O nosso trigo deveria ganhar mais força. Se fosse ganhar área, seria mais no centro-sul, que tem um clima mais temperado. A opção foi plantar milho, porque perdemos soja e foi possível antecipar a colheita em relação ao ano passado", analisou, ressaltando também a expectativa de maior produção de grãos como aveia e cevada.

Crédito

Embora acredite em uma recuperação do agronegócio paranaense, Norberto Ortigara afirmou que o produtor precisa de "melhores condições" para desenvolver sua atividade. Lembrou que a oferta de crédito para o setor está restrita, o que não deve ter uma solução pelo menos até o Plano Safra para o ciclo 2022/2023, cujas condições devem vigorar a partir de 1º de julho.

"Que tenhamos condições de tomar o crédito. A gente está com custos muito elevados e, portanto, precisa ter um crédito mais folgado para pagar a conta", pontuou.

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Segundo ele, o PLN 1, sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro na semana passada e que abriu um crédito suplementar de R$ 868,5 milhões, ainda não teve efeito sobre a oferta de crédito rural. A expectativa do Ministério da Agricultura é a de liberar cerca de R$ 24 bilhões que ficaram represados com a suspensão de novas contratações de financiamentos a juros controlados.

"Precisamos de um Plano Safra bom", ressaltou Ortigara, estimando uma necessidade de algo entre R$ 18 bilhões e R$ 22 bilhões do governo para a equalização de taxas de juros. "Na adversidade que estamos, na dificuldade orçamentária, se a gente fraquejar agora, perde o embalo do agro", disse.

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Source: Rural

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