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A melancia amarela é mais doce e tem menos sementes que a melancia vermelha tradicional. Mas não é apenas a cor que chama atenção. A fruta é rica em fibras e a polpa amarela revela a presença do betacaroteno, substância que traz benefícios para o organismo. De acordo com a Embrapa, a espécie amarela já existia na natureza, mas, nos últimos anos, passou por um processo de melhoramento genético para alcançar novas qualidades e cair no gosto do brasileiro.

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Assim como a vermelha, a melancia amarela também se desenvolve melhor quando cultivada em solos de textura média, arenosa e bem drenados. A diferença é que, por ser menor, ocupa menos espaço nas lavouras. Confira cinco fatos sobre o cultivo e os benefícios da melancia amarela.

(Foto: Nunhems Basf/Divulgação)

 

 

Passou por melhoramento genético

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O pesquisador da Embrapa Flávio França comenta que, de acordo com relatos científicos, a melancia e suas variedades vieram do continente africano. Ao longo da evolução, a de polpa amarela tornou-se rara. Quando a melancia chegou à Ásia, foi submetida a novos processos de seleção, dando origem a novas variedades.

A primeira variedade de polpa amarela que foi introduzida no Brasil é de origem japonesa e se chama Kodama. A espécie ainda é cultivada, mas em pequena escala, pois encontrou resistência entre os consumidores brasileiros, que estavam acostumados apenas com as variedades de polpa vermelha, tamanho grande e casca listrada.

melancia amarela (Foto: Nunhems Basf/Divulgação)

 

Com o objetivo de apresentar um cultivo mais viável e novas possibilidades para o consumidor, a Embrapa Rondônia (Porto Velho-RO) em parceria com a Embrapa Semi-Árido (Petrolina-PE) desenvolveu dois tipos de melancia amarela: BRS Soleil e BRS Kuarah.

“Como como já existia a melancia de polpa vermelha, a gente quis criar novas alternativas para os consumidores e produtores. Isso foi feito usando a Kodama, aquela melancia japonesa que já existia no Brasil. A gente fez o cruzamento dela com outras espécies que tinham outras características interessantes e que favoreceriam o consumo e a produção”, conta.

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É menor que a vermelha e mais resistente às pragas

As características atribuídas à melancia de polpa amarela desenvolvida pela Embrapa têm a ver principalmente com tamanho, resistência a algumas doenças e produtividade. “A gente selecionou as plantas derivadas desse cruzamento que tinham a polpa amarela e essas outras características. Além disso, enquanto a Kodama tem mais ou menos meio quilo, a gente chegou a um padrão de 2 a 4 kg. Ou seja, é uma melancia maior que a kodama e menor que a tradicional. Também tem a casca listrada, mas é muito mais resistente”, ressalta.

O pesquisador destaca que é uma variedade que precisa de menos tempo para ser produzida que uma melancia normal. Ou seja, é possível colhê-la em menos de três meses, enquanto a melancia vermelha leva em torno de oitenta dias para amadurecer.

Por ser menor, também ocupa menos espaço na lavoura que a melancia vermelha convencional. Para o consumidor, essas qualidades acabam sendo um diferencial. “Para uma família grande, uma melancia grande pode ser interessante. Mas para uma família pequena, que é cada vez mais comum, uma melancia menor é  mais interessante dá para consumir mais rapidamente. Vale lembrar que o tamanho tem a ver com o processo de seleção realizado e não com a variedade em si”, avalia.

Mais doce, crocante e com menos sementes

 

s(Foto: Creative Commons)

 

Entre os outros pontos positivos, está a quantidade de sementes, que é menor que a encontrada na melancia tradicional. Além disso, a polpa é mais crocante e tem alto teor de açúcar natural. Enquanto o brix (escala que mede a quantidade de açúcares) da melancia vermelha fica entre 7 e 8, o da amarela passa de 10.

No entanto, Flávio França explica que o teor de açúcares e a quantidade de sementes não têm ligação com a cor da polpa. "Você pode ter melancias vermelhas com menos sementes. O que a gente fez foi associar para que fosse uma variedade com sabor mais doce e sementes menores. Foram objetivos diferentes no mesmo processo de seleção que levaram a esse resultado”, esclarece.

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Rica em vitamina A

Enquanto a melancia vermelha é rica em licopeno, a  amarela é fonte de caroteno. Os dois pigmentos ajudam a prevenir alguns tipos de câncer e doenças do coração. No entanto, o betacaroteno também é convertido em vitamina A, que ajuda a evitar problemas na visão. 

“Uma coisa que a gente sempre argumentava quando estava trabalhando nesse projeto é que convencer as crianças a consumir uma melancia poderia ser mais fácil do que convencer a comer cenoura, por exemplo. Então seria uma fonte alternativa de betacaroteno. Mas em nenhum momento a proposta foi substituir o licopeno pelo caroteno. A ideia era apenas ter opções”, lembra.

Fonte de fibras e proteína

De acordo com os parâmetros da Organização Mundial da Saúde – OMS, a melancia amarela é considerada uma boa fonte de fibras. Isso porque cada 100 g da fruta possui aproximadamente 1,5 g de fibras. Numa mesma quantidade de melancia vermelha, são encontrados 0,9 g de fibras. Além disso, a quantidade de citrulina, aminoácido importante para a formação de proteína, também é maior na variedade amarela.

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Source: Rural

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