Em discurso na cerimônia de abertura da Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a defender a mineração em territórios indígenas para estimular a produção de fertilizantes e a ampliação do porte e posse de armas no meio rural. A 27ª edição da feira, uma das maiores do setor de tecnologia agrícola, voltou a ser realizada de forma presencial depois de dois anos, em um momento de alta dos juros e encarecimento do crédito, além de aumento nos custos de produção e escassez de insumos.
“Temos um projeto do ano passado do Ministério das Minas e Energia permitindo que essas áreas indígenas, se a etnia quiser, explorar o subsolo, para o indígena ter atividade igual ao do fazendeiro ao lado. Os indigenistas estão conosco também”, afirmou Bolsonaro.
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Presidente Jair Bolsonaro (Foto: Reuters)
Ao tratar da questão dos fertilizantes, Bolsonaro destacou a visita que fez à Rússia, onde conversou com o presidente do país, Vladimir Putin. Ressaltou que o assunto foi tratado na conversa com Putin e que, após a visita oficial ao país, ficou sabendo de pelo menos 30 navios com adubo a caminho do Brasil.
O presidente lembrou também da conversa que teve, neste mês, com a diretora-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), a nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala, na qual apresentou a importância do Brasil na segurança alimentar mundial. “Pedi que (a OMC) ajude que o fluxo de fertlilizantes não seja interrompido para o Brasil. Até poucos dias ela me respondeu que o mundo não sobrevive sem os alimentos do Brasil”, disse.
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O presidente destacou ainda iniciativas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), de elevar a produção de trigo no Brasil. Dependente do grão importado, o país produz, atualmente, pouco mais de 7 milhões de toneladas para um consumo total estimado em 12 milhões de toneladas. Na visão do presidente, a produção nacional do cereal pode chegar a 23 milhões de toneladas, quase o dobro do consumo atual.
Ao falar sobre armamentos, o presidente afirmou que determinou ao Ministério da Defesa desburocratize a concessão de registros por meio do CAC (Caçador, Atirador e Colecionador). “Queremos mais de cem mil CACs no Brasil. O homem e a mulher ter a posse não apenas dentro da propriedade, isso desestimula invasões”, disse. “Nossa política é atender o cidadão de bem, não estou preocupado o que vão falar por aí. Quero que todo cidadão de bem tenha sua arma registrada em casa.”
O ministro da Agricultura, Marcos Montes, também participou da cerimônia. Elogiou o trabalho da antecessora, Tereza Cristina, ressaltando que a ex-ministra foi indicada pela Frente Parlamentar Agropecuária (FPA) para integrar o governo. E afirmou que, mesmo durante a pandemia, nunca se produziu tanto no agronegócio.
“Dia e noite produzimos. O produtor rural não ficou em casa e trabalhou. É por esse motivo que o Brasil do campo saiu vitorioso”, afirmou.
Source: Rural