Consagrado como o melhor touro de rodeio brasileiro por derrubar mais de 200 peões, o Touro Bandido estará de volta no Globoplay em abril, com a trama de Glória Perez, América. Bandido contracenou junto do personagem Tião, interpretado pelo ator Murilo Benício, e durante a novela foi recriada a cena chocante, onde o peão Neyliowan Tomazelli foi arremessado por Bandido a seis metros de altura, no rodeio de Jaguariúna em 2001.
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A novela América conta a história do peão de rodeio, Tião, Murilo Benício, e o seu primeiro amor Sol, Deborah Secco (Foto: Globo.com)
A volta da novela América, em abril de 2022, para o catálogo de streaming da Globo foi confirmada pelo diretor, Erick Bretas, nas redes sociais. O enredo foi ao ar pela primeira vez em 2005, com cenas gravadas em Corumbá, Mato Grosso do Sul e no estado do Texas, Estados Unidos. Com grandes atores globais, a trama acompanha a história de amor do peão de montaria Tião, Murilo Benício e da Sol, Deborah Secco.
As cenas gravadas fora do país focam na travessia ilegal pela fronteira do México que a personagem Sol decide fazer em busca de uma vida melhor, deixando para trás a sua infância no Pantanal. A atriz Deborah Secco chegou a passar um mês em um workshop com imigrantes ilegais para aprender mais sobre as dificuldades e consequências da entrada ilegal.
A sua primeira paixão, Tião, não compactua com a travessia e acaba ficando no Brasil, na cidade fictícia de Boiadeiros. Com o sonho de se tornar um campeão de rodeio, o personagem de Murilo Benício contracenou na vida real com o Touro Bandido e com o seu treinador e empresário, Paulo Emílio Marques.
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O Touro mais temido do Brasil
Mundialmente conhecido por sua temível expressão de indomável e cavucar a terra com os chifres, o boi Bandido foi comprado pelo empresário Paulo Emílio Marques. A paixão por rodeios surgiu para Marques na sua cidade natal de Barretos, com a família envolvida na pecuária, Paulo começou a sua companhia aos 16 anos com 13 touros herdados pelo pai. Bandido foi descrito diversas vezes por Paulo como um animal extremamente inteligente e que entendia o seu propósito no mundo do esporte.
O boi era um desafio dentro e fora das arenas. Pesando uma tonelada, ele vivia uma vida de atleta, com exames constantes, alimentação balanceada e um treino que incluía caminhadas, natação e uma pista especial para realizar os seus famosos pulos.
Memorial do Touro Bandido no Parque do Peão de Barretos (Foto: Carlos Lopes)
Entre os maiores momentos do touro na arena, se destaca o único peão que conseguiu montar por 8 segundos o Bandido. Esse feito foi realizado por Carlos de Jesus Boaventura, em 2001, no rodeio de Jaguariúna, São Paulo. Surpreendentemente, Carlos atingiu o feito dias depois de testemunhar o peão Neyliowan Tomazelli ser jogado por Bandido a seis metros de altura, fraturando duas vértebras da coluna.
Descrito por locutores, treinadores e amantes do esporte como um boi de temperamento único, o touro terminou a carreira em setembro de 2008 com mais de 200 desafios disputados por todo Brasil. No mesmo ano foi descoberto um câncer de pele maligno próximo ao olho esquerdo do animal. Ele chegou a realizar tratamentos de quimioterapia em um hospital veterinário, mas não resistiu depois da doença se espalhar pela cabeça, pulmão e garganta. O Touro Bandido faleceu na manhã do dia 4 de janeiro de 2009, na fazenda Santa Martha, no município paulista de Icém.
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O enterro foi acompanhado por cerca de 200 pessoas em uma cerimônia no Parque do Peão de Barretos. Hoje o parque conta com um monumento em homenagem ao Bandido, a fama dentro e fora das competições faz diversos visitantes passarem pelo local para tirar uma foto com a réplica no animal.
Paulo Emílio Marques continuou com diversos grandes nomes em sua companhia de touros, como o Touro Agressivo e o Touro Bipolar. Engajado em trabalhos de genética, o empresário chegou a produzir três clones do Touro Bandido, dois morreram e o outro se aposentou após uma lesão. Bandido também deixou como legado 70 filhos e 2 mil sêmens congelados, utilizados em cruzamentos pela Cia de rodeio Paulo Emílio.
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Source: Rural