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A canola é uma oleaginosa de inverno que, no Brasil, é tipicamente cultivada na região Sul. No entanto, uma pesquisa da Embrapa Agroenergia que quer “tropicalizar o grão” tem obtido resultados promissores na região do Cerrado. A fase de testes do projeto Pró-Canola aconteceu na safra de 2021, em Planaltina, Distrito Federal, e alcançou uma produtividade de 2.000 kg/ha em comparação com a média nacional de 1.371 kg/ha. 

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O óleo de canola pode ser usado para fins alimentícios, cosméticos, farmacêuticos e na fabricação de biocombustíveis. Não à toa o grão ocupa a terceira posição mundial de oleaginosas mais produzidas, ficando atrás apenas da soja e da palma de óleo, segundo dados do Conab de 2020. Como o cultivo é feito em clima temperado a temperado frio, países como o Canadá chegam a produzir anualmente 20 milhões de toneladas. Para efeitos de comparação, o Brasil, em 2019, obteve 48,6 mil toneladas.

Na primeira fase do projeto Pró-Canola foi alcançado uma produtividade de 2000 kg/ha em comparação com a média nacional de 1.371 kg/ha (Foto: Ernesto de Souza/ Ed. Globo)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Projeto Pró-Canola

 

 

O projeto Pró-canola foi desenvolvido pela Embrapa Agroenergia em parceria com produtores rurais da Cooperativa Agrícola do Rio Preto (Coarp/DF). Em abril de 2019, teve início a implementação de materiais genéticos em Planaltina. Ao todo foram 106 hectares plantados.

A canola no cerrado sob irrigação apresentou redução de ciclo e uma produtividade superior à média nacional de 2019. Segundo dados da Embrapa, a produtividade alcaçada na primeira fase do projeto foi de 2000 kg/ha – a média nacional é de 1.371 kg/ha.

“Mesmo com o baixo índice pluviométrico verificado do plantio à colheita, apenas 70 mm ao todo, verificaram-se ótimos rendimentos da canola no Cerrado brasileiro e grande potencial de expansão, trazendo ganhos para o setor produtivo local, assim como já aconteceu com a soja e o trigo”, afirma Bruno Laviola, líder do projeto da Embrapa Agroenergia.

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Canola brasileira?

As pesquisas e testes para chegar aos materiais genéticos usados em Planaltina contaram com diversos estudos geográficos de zoneamento para identificar regiões de maior adaptabilidade. As cultivares Diamond, Nuola 300 e Hyola 433 foram as que apresentaram melhores resultados, principalmente em cultivo irrigado. Com um ciclo que varia de 100 a 130 dias, a canola é uma grande aposta como alternativa de cultivo safrinha no Centro-Oeste.

Não existem sementes de canola produzidas no Brasil. De acordo com a Embrapa, produzir cultivares geneticamente modificados para serem plantadas no cerrado, é uma das metas em andamento na segunda fase do projeto.

As cultivares Diamond, Nuola 300 e Hyola 433 foram as que obtiveram os melhores resultados, principalmente em cultivo irrigado (Foto: Embrapa Agroenergia)

 

 

 

Próximos passos

Além do trabalho de desenvolvimento de cultivares brasileiras, os próximos passos contam com o aperfeiçoamento dos métodos de colheita, capacitação dos produtores, mapeamento do mercado e apoio na comercialização da produção de óleo de canola.

A grande novidade para os agricultores que querem saber mais sobre o plantio de canola no cerrado é o aplicativo Mais Canola. Com previsão de lançamento para o aniversário da Embrapa Agroenergia, em maio, o aplicativo vai tornar mais acessíveis as informações sobre como e onde obter sementes, além de dados de cultivo, plantio, zoneamento e os fertilizantes necessários para garantir o sucesso do desenvolvimento da oleaginosa.

Dados da Embrapa: fase de testes em 2021

No sistema safrinha/sequeiro:

Hyola 433 – 1.959 kg/ha de grãos

Nuola 300 – 2.018 kg/ha de grãos

Diamond – 1.930 kg/ha de grãos

No sistema safrinha/irrigado:

Diamond: 2.400-3400 kg/ha de grãos

Hyola 433 = 2.100-2.500 kg/ha de grãos

Nuola 300: 3.600-3.800 kg/ha de grãos

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*Sob supervisão

 
Source: Rural

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