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Está aberta ao público, a partir desta segunda-feira (4/4), a exposição Ana Maria Primavesi: sementes e frutos da agroecologia, na Biblioteca de Obras Raras Fausto Castilho (BORA), na Universidade de Campinas (Unicamp). Os visitantes poderão conhecer não apenas o trabalho técnico de décadas de carreira, mas também quadros, imagens e outros objetos que ajudam a contar a história de vida da agrônoma, pioneira da agroecologia no Brasil.

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Exposição sobre Ana Primavesi fica aberta ao público até 8 de julho. Visitantes poderão ver itens como sua mesa de trabalho e sua máquina de escrever (Foto: Vinicius Galera/Arquivo Pessoal)

 

A exposição, que fica aberta até 8 de julho, foi lançada na sexta-feira (1/4), data em que a BORA oficializou a doação do acervo de Ana Maria Primavesi. Entregue pela própria família, toda a produção técnica e científica da agrônoma ficará sob a guarda da instituição e poderá ser consultada por pesquisadores, estudantes e interessados em agroecologia.

O acervo ainda está em fase de tratamento e organização por parte da biblioteca. São livros, artigos, estudos, publicações em revistas e periódicos científicos, além de cartas, manuscritos e aulas dadas por Ana Maria Primavesi. Todo esse material foi classificado como um acervo especial pela Unicamp, o que justifica sua inclusão na Biblioteca de Obras Raras.

"Desde o início, percebemos que seria um acervo muito significativo para a universidade. E fizemos de tudo para desse certo a doação. E a gente constitui esse acervo como um acervo especial. Nessa biblioteca, ele vai ter outro cuidado, outro olhar. Temos técnicas de preservação mais apuradas para perpetuar essa coleção para futuras gerações", diz Danielle Thiago Ferreira, coordenadora técnica da BORA.

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"Se alguém quiser fazer um mestrado, um doutorado, tem muito assunto para pesquisar", afirma Carin Primavesi, filha da agrônoma. "Ela escreveu muita coisa que ainda não foi publicada. É um trabalho muito rico para quem quer pesquisar. Porque a pesquisa não pode ficar só na universidade. Tem que ir para o campo", acrescenta.

Nascida na Áustria, em 1920, Ana Primavesi formou-se em Agronomia em seu país de origem, sendo uma das poucas mulheres de sua época a ter acesso ao ensino universitário. Após a Segunda Guerra Mundial, mudou-se para o Brasil junto com o marido, onde passou a viver da agricultura e a desenvolver seu trabalho técnico e científico, com cerca de 80 anos dedicados à ciência.

"Ela conseguiu entender como funciona o solo tropical. E como as condições climáticas estão mudando, tem muito trabalho que dá para fazer em cima disso", resume Carin Primavesi.

Ana Maria Primavesi morreu em 5 de janeiro de 2020, em São Paulo, aos 99 anos. Sua obra e sua trajetória podem ser conhecidas também em seu site oficial, lançado em 3 de outubro de 2019, quando a pesquisadora comemorou seu 99º aniversário.

*Edição, Raphael Salomão
Source: Rural

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