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Em vez de uma porção de terra, com cercas e plantações divididas em linhas e talhões, a produção é feita em uma estrutura fechada, com os cultivos instalados em andares. Assim funciona fazenda vertical, um modelo de produção agrícola que vem ganhando espaço em diversas partes do mundo, inclusive no Brasil.

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Fazenda vertical (Foto: Embrapa/Diego Gomes)

 

 

Nesse tipo de agricultura, que pode ser adaptado, por exemplo, para áreas urbanas, uma infraestrutura tecnológica garante condições de umidade, luminosidade e temperatura ideais, além dos nutrientes para o desenvolvimento das plantas.

Confira, a seguir, algumas vantagens e possíveis riscos desse modelo de agricultura.

Solução às condições climáticas desfavoráveis

Historicamente, a seca e o excesso de chuvas são problemas para os produtores rurais. Na agricultura convencional, em que as plantações estão espalhadas pela terra ao ar livre, as condições climáticas ditam se as safras serão ricas ou não.

Dentro das fazendas verticais, existe um ambiente controlado, que independe da natureza, uma vez que os agentes abióticos são artificiais e pré-estabelecidos pelo produtor, por meio do sistema integrado do modelo. Os engenheiros por trás da Pink Farms, fazenda vertical urbana que funciona em São Paulo, apontam que, para a produção dentro de salas fechadas é necessário chegar a uma fórmula perfeita que promove as condições ideais de temperatura, umidade, CO2 e potência das luzes.

Em meio ao perigo do aquecimento global e das incertezas a respeito das condições climáticas, a possibilidade de controle das principais necessidades das plantas, é uma grande vantagem.

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Urbanização sustentável

Para criar uma fazenda com espaço para uso do solo, é necessário ir para as zonas rurais. Deslocar os produtos plantados nessa região para as grandes cidades, seja para abastecer o mercado interno ou o externo, exige gastos econômicos. Já as fazendas verticais podem ser construídas dentro contêineres, armazéns ou prédios, então, podem estar presentes dentro dos centros urbanos.

Além disso, por não exigirem grandes espaços de terra, a agricultura vertical reduz a necessidade de novas terras agrícolas, um processo que pode, no futuro, desincentivar a prática de desmatamento.

Proteção de espécies

Com a diminuição do desmatamento e da influência humana em ambientes nativos, é possível proteger espécies ameaçadas da extinção. Devido à retirada da vegetação, à destruição dos habitats naturais e às mudanças causadas pelas mudanças climáticas, diversas espécies animais e vegetais têm sofrido com a redução de suas populações. 

Assim, sem a ação humana, será possível estimular a recuperação da fauna e flora local, o que, à médio e longo prazo, também é benéfico para os seres humanos.

 

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Maior gasto de energia elétrica

Todo o aparato de funcionamento das fazendas verticais depende da tecnologia. Sem ela, não há controle das condições necessárias para a sobrevivência e desenvolvimento das produções agrícolas.

Desta forma, ao contrário do que acontece na agricultura tradicional, em que os agentes climáticos são naturais, existe um gasto muito maior de energia. Isso acarreta, consequentemente, em uma maior emissão de poluentes na atmosfera, se a demanda  for atendida por combustíveis fósseis (na geração de energia por meios como as termelétricas, por exemplo).

Poluição luminosa

Além de controlar fatores como a presença de água e nutrientes no solo, a iluminação é um agente muito importante na produção de alimentos. Sem exposição à luz, não há fotossíntese e as plantas não se desenvolvem. 

Nas fazendas verticais, porém, essa luz não se dará sempre por meio da exposição solar, mas, por lâmpadas, simulando o sol. O nome empresa "Pink Farms", inclusive, é uma referência às características luzes de LED de tom azulado e roxo, que iluminam o interior das salas de cultivo da empresa.

Fazenda vertical (Foto: Embrapa/Ítalo Guedes)

 

Dentro das cidades, porém, a presença dessa luz artificial pode ser um problema, especialmente se ligada durante a noite, pois pode atrapalhar as dinâmicas da cidade grande e incomodar os vizinhos desses prédios. Além da poluição luminosa e visual causada, a iluminação artificial pode atrapalhar nos processos migratórios de aves pelos centros urbanos, causando a morte de indivíduos das espécies.

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Descarte tóxico

Na agricultura vertical, o uso de defensivos químicos ainda é necessário e, assim, a água que circula pela infraestrutura do modelo não pode ser descartada de qualquer forma, pois contém altas concentrações de substâncias tóxicas à saúde dos seres humanos, bem como de outros animais.

Em muitos dos sistemas verticais, a água precisa ser trocada regularmente, o que representa uma responsabilidade de grande quantidade do líquido perigoso.

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Source: Rural

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