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Os organizadores apostam na demanda reprimida depois de dois anos de portões fechados e avaliam que o clima é de otimismo para a próxima Agrishow. A feira de tecnologia agropecuária volta a ser realizada no formato presencial, de 25 a 29 de abril, em Ribeirão Preto (SP). Oficialmente, não se fala em expectativa de geração de negócios, mas a avaliação é de que o produtor rural está capitalizado para investir. Na edição anterior, em 2019, o movimento foi de R$ 2,9 bilhões.

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Agrishow volta a ser realizada de forma presencial neste ano (Foto: Divulgação)

 

Pedro Estevão, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (CSMIA/Abimaq), diz que, nos dois últimos anos, o setor de máquinas teve aumento de vendas de 66% e deve crescer pelo menos 5% neste ano. “Pode parecer pouco, mas vamos crescer sobre uma base alta.”

Segundo ele, o otimismo se justifica porque, mesmo com juros altos, indisponibilidade de recursos do Plano Safra para compra de máquinas desde outubro do ano passado e custo de produção mais caro, o produtor deve manter uma alta rentabilidade nesta e na próxima safra, a área plantada de grãos subiu, o que demanda mais máquinas, e as novas tecnologias embarcadas atraem os produtores que buscam mais produtividade.

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João Marchesan, presidente da Abimaq, diz que o agricultor não tem os recursos subsidiados do Plano Safra, mas conta com financiamentos dos bancos públicos e privados e está fazendo mais compras com recursos próprios, fato que ele observou nas duas primeiras grandes feiras do setor, a Expodireto Cotrijal, em Não-Me Toque (RS), e a Show Rural Coopavel, em Cascavel (PR). O dirigente acredita que o novo Plano Safra, que deve ser anunciado em junho, não terá muitos recursos para a compra de máquinas e vai privilegiar a agricultura familiar e os projetos de irrigação e armazenamento.

Guerra e commodities

Para Marchesan, apesar de prejudicar o fornecimento de fertilizantes, a guerra entre Rússia e Ucrânia tem reflexos positivos para o agricultor brasileiro, porque elevou o preço das commodities. “O conflito também acordou a sociedade brasileira para a necessidade de plantar mais trigo e se livrar da dependência de importação. Há uma oportunidade grande de elevar o plantio no Centro-Oeste, onde a produtividade é bem maior do que no sul do país.” Atualmente, o Brasil importa cerca de 60% das 12 milhões de toneladas de trigo que consome.

Francisco Maturro, presidente da Agrishow, disse que não dá estimar um faturamento neste ano, mas a expectativa é muito positiva porque haverá uma chuva de lançamentos na Agrishow e o produtor está ávido por conhecer as novidades. A direção garante que vai seguir todas as restrições sanitárias que estiverem  em vigor e orientou os cerca de 800 expositores a não construir estandes fechados para evitar aglomerações.

Já o empresário Maurilio Biagi Filho, presidente de honra da Agrishow, disse que espera uma feira de recordes. "Chutou” uma movimentação de R$ 6 bilhões e disse que, se apenas corrigir pela inflação, o evento já chega a R$ 4 bilhões.
Source: Rural

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