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A água é fundamental para a agropecuária. Embora seja abundante, o alerta cada vez maior sobre os efeitos das mudanças climáticas evidencia a necessidade de repensar as formas de utilizar o recurso de forma racional e sustentável, evidando o desperdício.

A Agência das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) destaca que a agricultura é a maior usuária de água do mundo, respondendo por mais de 70% do uso global. Nas contas da instituição, uma economia de 10% no meio rural seria suficiente para abastecer o dobro da população mundial.

É importante escolher métodos sustentáveis de irrigação (Foto: Divulgação/Mudas)

 

A população cresce e, consequentemente, a demanda por água também. Para o agronegócio, a FAO estima que o consumo para a irrigação aumente em 11% até 2050. Diante disso, estratégias que visem diminuir o uso de água no campo sem diminuir a sua produtividade são cada vez mais bem-vindas. Confira a seguir medidas que podem ajudar sua propriedade a economizar água.

Irrigação adequada e responsável

A irrigação por gotejamento e por microaspeção têm indicações diferentes. É importante fazer a escolha mais adequada para a a propriedade. No sistema de gotejamento, o solo é irrigado por meio de gotas, que são despejadas na terra de forma controlada. A promessa com essa tecnologia é de uma economia de até 50% da água utilizada e alcançar o mesmo resultado de irrigação com fluxo contínuo. Pelo sistema, é possível também usar a fertirrigação, em que fertilizantes são aplicados diretamente na raiz da planta.

Na microaspersão, a distribuição da água acontece por meio de pequenos aspersores ou borrifadores. A água é aplicada em pontos, através dos gotejadores. Na microaspersão, uma pequena área circular ou setorial, recebe a água por meio dos microaspersores, de maneira suave e uniforme. Para escolher o gotejamento, a área mínima deve ser de 1 hectare, enquanto na microaspersão, são necessários pelo menos  500 metros quadrados. 

As demandas quanto à irrigação podem ser variadas e, por isso, combinar diferentes métodos muitas vezes ajuda. Mas independentemente da escolha do agricultor, é preciso atenção à manutenção dos equipamentos para evitar o desperdício de água e energia.

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Uso de telas ou estufas

A utilização de telas protege as folhas e evita que as plantas fiquem ressecadas, precisando ainda mais de água. A tela, usada em plantas de tamanho médio, também é uma forma de moderar a entrada dos raios solares e ainda ajuda a equilibrar a temperatura e o consumo de água dos vegetais.

De forma semelhante às telas, é possível realizar um cultivo de alta produtividade através de estufas. Nesse caso, uma opção é usar a irrigação por gotejamento juntamente com o mulching, técnica que ajuda a proteger a terra  da erosão.

Estufas em sítio (Foto: Fernando Martinho)

 

Evitar a erosão

A erosão faz a água evaporar do solo mais rápido e isso pode prejudicar a saúde das plantas. Com um solo maltratado, as plantas não consegue aproveitar a irrigação, levando à necessidade de usar mais água. Dessa forma, fazer um bom manejo da terra é fundamental. O agricultor pode investir em práticas como plantio em nível, contenção de sedimentos e preservação de matas cicliares em torno de rios e cursos d'água.

Erosão leva a perda de água. Uso eficiente do recurso implica manter solo saudável (Foto: Thinkstock)

 

Armazenar água da chuva

Um método bem conhecido, principalmente na agricultura familiar, é o armazenamento da água das chuvas em cisternas. Durante períodos mais chuvosos, é possível armazenar água para o ano todo, com uma reserva para períodos secos. O reservatório pode ser feito em alvenaria, fibra ou plástico.

Cisterna para armazenamento de água da chuva (Foto: Agência Brasil)

 

Integração lavoura-pecuária-floresta

Sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta, por exemplo, quando adotados da forma mais eficiente, podem trazer bons resultados. Pesquisa feita pela Embrapa Agrossilvipastoril, em Sinop (MT), um dos principais municípios produtores de grãos do país, apontou perdas menores de água e nutrientes no sistema de integração.

De acordo com o trabalho, divulgado no ano passado, a perda de água na propriedade com integração lavoura-pecuária-floresta foi de 34,5 litros por hectare. Em uma lavoura, a perda foi de 48,1 litros, semelhante ao da área de pastagem e de silvicultura isoladamente. No solo nu, sem utilização em nenhuma atividade, houve uma perda de 675 litros por hectare. A comparação foi feita com base no escoamento superficial de água da chuva

Integração lavoura-pecu´ria-floresta (Foto: Gabriel Faria/Embrapa)

 

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Source: Rural

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