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A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp) divulgou comunicado para alertar produtores rurais da pecuária de corte e de leite sobre o calendário de vacinação contra a febre aftosa este ano. Normalmente todos os bovinos e bubalinos são imunizados em maio e depois, em novembro, apenas os animais com até 24 meses. Mas este ano o Departamento de Saúde Animal (DSA) do Ministério da Agricultura, inverteu essa ordem. Deste modo, em maio de 2022 serão vacinados os animais com até 24 meses, e apenas em novembro será vacinado todo o rebanho.

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Bovinos  REUTERS/Agustin Marcarian (Foto: REUTERS/Agustin Marcarian)

 

A medida foi tomada porque o estoque atual de doses é insuficiente para a totalidade de bovinos e bubalinos já em maio, informa a Faesp. A Federação alertou em inúmeras ocasiões os órgãos responsáveis quanto à falta do imunizante em muitos pontos de revenda. Esse problema de fornecimento causou diversas vezes a prorrogação dos prazos da campanha de vacinação, prejudicando a logística dos pecuaristas.

Segundo Gabriel Adrian Sanchez Torres, auditor fiscal federal agropecuário e responsável pelo Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PE-PNEFA), está ocorrendo um descompasso entre a produção de vacinas e a diminuição do número de animais imunizados. "A gente vive um momento do programa nacional de vigilância da doença em que o País está avançando no status sanitário e alguns Estados estão retirando a vacinação, substituindo-a por ferramentas de vigilância e detecção precoce. Com isso, os fabricantes estão reduzindo a produção, tendo em vista esse novo cenário", disse ele na nota.

São Paulo é um dos Estados que está se preparando para se tornar zona livre de febre aftosa sem vacinação, a fim de ter acesso a novos mercados no exterior. Como, em tese, a demanda é menor, as indústrias também reduziram a fabricação, mas para uma quantidade muito baixa, insuficiente para abastecer os pontos de revenda – e é isso que está gerando os problemas de fornecimento do imunizante, segundo a Faesp.

"O DSA estudou a oferta de vacinas em estoque nas revendas, comparou com a programação de produção e chegou à conclusão que apenas com a inversão das etapas será possível atender às necessidades", destacou Torres.

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O presidente da Faesp, Fabio de Salles Meirelles, disse na nota que compartilha dos receios dos pecuaristas, mas entende a necessidade da inversão do calendário para manutenção das garantias sanitárias. "A Faesp foi a entidade que pleiteou a vacinação de todo o rebanho em novembro com objetivo de mitigar a ocorrência de eventuais perdas. De todo modo, entendemos a decisão do Mapa, pois é muito importante garantirmos a imunização desta faixa etária essencial do plantel agora, com as doses que temos à disposição, para em novembro termos o quantitativo necessário de vacinas para todo o rebanho", observou.

A Faesp salienta que a produção do imunizante é feita continuamente ao longo do ano por três fábricas no Brasil, uma em São Paulo e duas em Minas Gerais. No passado havia outras duas em São Paulo que saíram do mercado, acompanhando a tendência da redução.Torres explicou que a inversão ocorrerá apenas este ano, e que não causará problemas quanto à condição de saúde dos animais. "Não existe nenhum risco de comprometimento à imunização. O rebanho continuará sendo totalmente atendido uma vez por ano e os animais mais jovens, até 24 meses, duas vezes ao ano. Apesar da alteração, a frequência da vacinação continua a mesma", concluiu.

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Source: Rural

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