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O Indicador de preços do café calculado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP), para a variedade arábica tipo 6 posto na capital paulista, atingiu novo recorde nominal da série histórica iniciada em 1996, ao fechar a R$ 1.555,19/saca de 60 kg no dia 9 de fevereiro. Segundo os pesquisadores, em termos reais os preços foram os maiores desde dezembro de 1999 (deflacionados pelo IGP-DI de janeiro/22).

Eles observam que os preços do café arábica oscilaram com intensidade ao longo de fevereiro. No início do mês, as cotações subiram, influenciadas pela alta nos valores externos e pela retração de vendedores no mercado spot brasileiro. Na Bolsa de Nova York (ICE Futures), os futuros chegaram a atingir, na segunda semana de fevereiro, os maiores níveis em 10 anos.

 (Foto: Getty images)

 

Os pesquisadores explicam que a alta foi impulsionada pelas preocupações quanto à oferta neste ano, especialmente após os estoques certificados da Bolsa registrarem os volumes mais baixos desde 2000, e do consumo firme. “Além disso, os entraves logísticos globais e as apreensões com uma safra de bienalidade positiva mais baixa no Brasil (diante de secas e geadas em 2021) reforçaram a alta.”

Já na segunda quinzena de fevereiro, os preços do arábica passaram a cair, com o movimento de queda ganhando intensidade no final do mês. No Brasil, a baixa esteve atrelada às desvalorizações externa e do dólar no período. Já na Bolsa de Nova York, a queda foi reflexo de fatores técnicos – com a venda de contratos, após a forte alta no começo do mês – e também de instabilidades externas diante do conflito entre Rússia e Ucrânia, que estimulou traders a cortarem suas posições em ativos com maior risco, como commodities agrícolas e migrando para ativos como o ouro, por exemplo, dizem os pesquisadores.

O contrato Maio/22 em Nova York finalizou o dia 28 de fevereiro cotado a 232,90 centavos de dólar por libra-peso, 1,1% inferior ao dia 31 de janeiro. O caso do Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, posto na capital, fechou o mês cotado 1.434,43/saca, em queda de 2,7% (ou R$ 39,91/saca), ante 31 de janeiro. “Ressalta-se, no entanto, que os fundamentos ainda seguem positivos para o café (preocupações com a oferta e a logística em 2022).”

No campo, agentes consultados pelo Cepea apontam que o clima segue ainda favorável para o enchimento e a maturação dos grãos, o que pode resultar em um maior rendimento na safra de 2022/2023. “Ainda assim, devido ao abortamento de flores em 2021, o potencial produtivo dos cafezais – especialmente na Mogiana, Sul e Cerrado Mineiros – será limitado nesta safra. Quanto à colheita, espera-se que se inicie em maio, caso o clima continue beneficiando o desenvolvimento final da safra.”

 
Source: Rural

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