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Investir em assistência técnica e extensão rural significa fortalecer também o agronegócio brasileiro. O extensionismo, como é comumente chamado, é um instrumento de desenvolvimento econômico e social e, por isso, precisa conquistar cada vez mais espaço na formulação de políticas públicas voltadas para o aumento da produtividade e competitividade do setor no mercado nacional e mundial, principalmente quando se considera o pequeno produtor e o agricultor familiar.

 

Por meio de pesquisas, conhecimentos diversos, essenciais ao desenvolvimento rural em seu sentido mais amplo e, especificamente, ao desenvolvimento das atividades agropecuárias, florestal e pesqueira, a assistência técnica e extensão rural têm importância fundamental na comunicação de novas tecnologias, na identificação de problemas e na busca de soluções que garantem mais qualidade tanto na produção de alimentos quanto na vida das famílias rurais.

Trata-se, portanto, de um processo colaborativo que leva ao meio rural ensinamentos sobre a agricultura, a pecuária e a economia doméstica para, a partir dos conhecimentos adquiridos, mudar e aprimorar hábitos e atitudes não apenas em aspectos técnicos, mas também econômicos e sociais.

Nesse sentido, o movimento cooperativista é fator potencializador do acesso a assistência técnica e extensão rural pela própria natureza do seu modelo de negócios. Afinal, cooperativas nascem a partir de interesses comuns e que contribuam para um maior ganho de escala e fortalecimento de negócios e projetos que, sozinhos, não conquistariam o mesmo resultado. E, a partir dessa união de interesses, o acesso ao extensionismo também se fortalece.

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As estatísticas comprovam o quanto o modelo cooperativo se mostra mais eficiente para que o agricultor consiga adquirir os conhecimentos necessários para ser mais competitivo, agregue valor ao seu produto e renda à sua família. De acordo com o Censo Agropecuário 2017, entre os cooperados, 63,8% recebe assistência técnica, enquanto a média Brasil é de aproximadamente 20%.

Somamos hoje cerca de 1,2 mil cooperativas agro e mais de um milhão de cooperados, com mais 9 mil profissionais de assistência técnica e extensão rural atuando nos mais diversos pontos do país. Outro dado relevante é que 71,2% desses cooperados são de agricultores familiares, o que demonstra uma vez mais a importância do nosso modelo de negócio e sua relevância como fomentador das atividades extensionistas.

Segundo dados do Ministério da Agricultura, em média, apenas 18% dos agricultores familiares brasileiros têm acesso à assistência técnica e extensão rural e, quando considerado somente os estados do Norte e do Nordeste, esse número cai para 7%. Por outro lado, um estudo realizado pela Escola Superior de Agricultura Luiz Queiroz (Esalq) aponta que as famílias que possuem assistência técnica chegam a ter R$ 2 mil de renda ao ano por hectare, enquanto as que não têm chegam a apenas R$ 900,00 por ano por hectare.

Assim, ter acesso a assistência técnica e extensão rural pode significar a diferença entre ter algum resultado, ter um resultado significativo ou não ter nenhum resultado. Como cooperativistas, acreditamos na força da união e do trabalho colaborativo para fortalecer toda a cadeia produtiva e estamos sempre abertos para agregar novos associados ao nosso modelo de negócio. Se você é produtor rural venha conosco fazer parte dessa corrente.

*Márcio Lopes de Freitas é presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB)

**as ideias e opiniões expressa neste artigo são de responsabilidade exclusiva de seu autor e não refletem, necessariamente, o posicionamento editorial da revista Globo Rural
Source: Rural

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