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Associar suas marcas ao esporte pode ser uma boa alternativa de investimento para a imagem de empresas do agronegócio. Mas deve fazer parte de um plano claro de comunicação ter como base da estratégia a conexão entre o rural e o urbano. A avaliação é do presidente da Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio (ABMR&A), Ricardo Nicodemus.

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A New Holland Agriculture apoia o time gaúcho Juventude (Foto: Divulgação )

 

"É ter uma visão amplificada. Entender que o esporte dará essa visibilidade e fortalecer ações de campo. E ter como base da estratégia a conexão entre esses dois públicos: o rural e o urbano. Caso contrário, cria uma dispersão de investimentos", diz o executivo, destacando ainda a necessidade de se considerar a diversidade regional do Brasil.

Reforçar esse diálogo com o público além da porteira está entre as intenções de empresas do agronegócio que, recentemente, anunciaram parcerias com competições e clubes esportivos. No ano passado, várias dessas iniciativas foram oficializadas no Brasil, principalmente em modalidades como o futebol e o automobilismo.

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A Taunsa, originadora e armazenadora de grãos com sede em Campinas (SP), incluiu o patrocínio ao Corinthians em uma estratégia de reforço de marca e de internacionalização de negócios que prevê mais de R$ 5 bilhões em investimentos até 2028. A ATTO Sementes decidiu ir para as pistas para fortalecer a marca e divulgar tecnologias em culturas como soja e milheto. A empresa é uma das patrocinadoras da Stock Car na temporada deste ano.

Ricardo Nicodemus, da ABMR&A, vê esse movimento como incipiente e pontua que ainda não é possível dizer se iniciativas como as da ATTO Sementes se tornarão tendência entre empresas do setor. Mas acredita que verá novas parcerias.

"Chama a atenção e, talvez, aponte uma nova via das grandes companhias começarem a investir em um novo meio", diz ele. "Em um horizonte nos próximos dois anos, teremos empresas do agro, grandes corporações nacionais que passarão a ver o esporte com bons olhos", acrescenta.

Diretor de marketing comercial da New Holland Agriculture no Brasil, Gustavo Taniguchi ressalta que agronegócio e esporte podem parecer distantes. Mas, nas duas atividades, há pontos em comum. Necessidade de dedicação e capacitação, além de trabalho em equipe são atributos que também fazem parte do dia a dia do produtor rural, argumenta o executivo.

No Brasil, a montadora de máquinas agrícolas patrocinou o Juventude, de Caxias do Sul (RS), no Campeonato Brasileiro do ano passado. No exterior, a multinacional patrocinou o ATP Finals, torneio que reúne os melhores do ano no tênis profissional. E, no final de janeiro, anunciou apoio ao Giro D'Itália, uma das principais provas de longa distância do ciclismo internacional.

carro-haas-formula1 (Foto: Divulgação/Haas F1 Team)

 

 

Olhando para o mercado brasileiro, onde atua na área de marketing da empresa, Gustavo Taniguchi avalia que a parceria com o esporte é positiva, uma ferramenta que a New Holland aprendeu a utilizar e pretende continuar.

"Estamos avaliando várias coisas ao mesmo tempo. Até porque, quando participa de uma, começam a chegar mais propostas", afirma o executivo. "A experiência com o esporte é legal, estamos olhando para isso e tendemos a continuar, mas sempre ligado a algo que entregue mais resultado para o agronegócio do que simplesmente a exposição da marca", acrescenta.

Empresa de fertilizantes com sede nos Estados Unidos, a Brandt associa sua marca ao automobilismo há alguns anos. No Brasil, tem um carro estampado com a sua marca no grid da Porsche Cup. A empresa está presente no automobilismo brasileiro desde 2015, quando iniciou as operações no país.

Segundo o CEO da empresa no Brasil, Wladimir Chaga, o relacionamento com os clientes envolve desde o transporte e a recepção nos locais onde são realizadas as provas até a experiência dele com o ambiente da corrida, no autódromo.

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"No outro dia, surgem comentários e citações sobre a experiência e isso cria um vínculo afetivo conosco", diz o executivo, reconhecendo que levou um tempo para entender a relação entre o automobilismo e o agro, mas foi convencido, especialmente por atributos como a tecnologia, o trabalho de equipe e até mesmo o imponderável, que pode afetar a corrida ou a safra.

Nas pistas americanas, há 12 anos a empresa aparece na Nascar, de corridas de stock car, uma das principais categorias do país. "No Brasil, estamos focados na Cup porque temos um custo elevado, que não nos permite entrar em outro segmento. No futuro, há possibilidade de entrar em outro esporte", diz Chaga, destacando que, nos Estados Unidos, a empresa patrocina também estádios de futebol, onde cuida dos gramados.

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Source: Rural

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