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Híbrido que está há mais de 25 anos presente na piscicultura brasileira, o tambacu já se firmou como opção rentável para criadores de todo o país. Resultado do cruzamento induzido da fêmea do tambaqui (Colossoma macropomum) com o macho do pacu-caranha (Piaractus mesopotamicus), oriundos das bacias Amazônica e do Prata, respectivamente, é um peixe de manejo simples e de custo baixo, que fornece grande quantidade de carne, apreciada pelos consumidores em todo o território nacional.

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Tambacu: é um peixe rústico, que tem capacidade para suportar temperaturas por volta de 20 ºC e resistência a diferentes enfermidades (Foto: Getty Images)

 

Dos riscos que existem entre espécies originadas da técnica de reprodução artificial, se liberadas no meio ambiente, o tambacu também já mostrou que oferece pouca ameaça. Com taxa de fertilidade abaixo de 4%, não tem potencial suficiente para gerar uma população significativa e capaz de sobreviver por muito tempo na natureza.

Versão melhorada de suas matrizes, o tambacu, por outro lado, se beneficia das boas características da herança genética. É um peixe rústico, que tem capacidade para suportar temperaturas por volta de 20 ºC e resistência a diferentes enfermidades. Cresce com velocidade alimentando-se de ração, chegando aos 10 a 12 meses ao peso de 1 quilo, limite mínimo considerado para o início das vendas de exemplares ao mercado.

Contudo, se a ideia é lucrar mais com a criação, o melhor é aguardar mais tempo antes de começar a comercialização. Entre 18 e 24 meses de vida, o tambacu pode aumentar para 2 a 3 quilos, registrando menor custo e melhor rendimento de carne na fase de engorda. Por consequência, garante preços mais elevados no fornecimento para restaurantes, feiras e supermercados.

Ao longo dos anos, o peixe também obteve importância em outro segmento da pesca comercial, no qual tanto o tambaqui quanto o pacu já tinham tradição. Além de contar com carne saborosa, leve e saudável, que tem boa procura no varejo, o tambacu tem ainda demanda para abastecer locais com atividades de pesque e pague.

Peixe de água doce, com tonalidades diversas e escamas finas e lisas, o tambacu pode ser criado em lagos ou tanques escavados. Porém, uma atenção especial deve ser dada em relação ao risco de ataque de fungos, cuja presença na água ocorre naturalmente. A recomendação é evitar que o pescado seja manejado nos meses mais frios do ano, época em que gosta de ficar na parte mais funda do viveiro. O bom é que o tambacu, no entanto, se apresenta muito ativo no período mais quente do ano, condição climática que é mais longa e predominante na maioria das regiões do Brasil.

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Início

A aquisição de alevinos de tambacu deve ser realizada em revendedores idôneos ou em locais especializados em hibridização de peixes, processo que exige conhecimento técnico para ser executado. Por isso, procure por estabelecimentos de criação com profissionais habilitados para a prática.

Ambiente

Além de boa qualidade, isenta de contaminação e que permita bom desenvolvimento do peixe na faixa de 26 ºC a 30 ºC, a água dos tanques de criação do tambacu pode ter temperaturas abaixo de 20 ºC durante algum período do ano. Evite a proliferação de plantas aquáticas dentro do viveiro, enquanto nos taludes e margens externas a existência de gramado é um meio de proteger o terreno contra erosão, que deve ser, preferencialmente, argiloso e ter, no máximo, 3% de declive, para facilitar a construção dos tanques e o escoamento da água.
estrutura_ É muito importante que seja realizado um projeto técnico para a implantação dos tanques, que têm o tipo escavado o mais comum para criar tambacu. A depender do solo existente no local, devem ser revestidos com lonas plásticas ou geomembrana, com o cuidado de se evitar dobras durante a instalação. Os tanques podem ser feitos de diversos materiais, de acordo com o orçamento disponível. Também é uma opção utilizar um lago, se já houver na propriedade. Faça as adaptações necessárias para aproveitar a infraestrutura disponível.

Alimentação

É diversa, uma vez que o tambacu é um peixe onívoro, que consome alimentos de origem vegetal ou animal, como frutas, sementes, zooplânctons, moluscos, crustáceos e larvas de insetos. Em lojas de produtos agropecuários, também é possível adquirir ração balanceada extrusada para cada fase de vida da espécie. O arraçoamento deve ser realizado sempre nos mesmos horários menos quentes do dia, para evitar o estresse nos animais, e a ingestão das refeições em, no máximo, dez minutos.

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Cuidados

Além da alimentação adequada, que é responsável pelo maior custo na produção dos peixes, outra necessidade é acompanhar os parâmetros da água, por meio de medições da temperatura, da transparência, do pH, da taxa de oxigênio dissolvido e demais componentes. Periodicamente, faça limpeza de prevenção nos tanques, eliminando os excessos de matéria orgânica com a retirada da água pelo fundo e aumento da sua renovação. Pelo menos uma vez por mês é indicado realizar a avaliação do peso (biometria) dos tambacus, o que ajuda a calcular a quantidade de ração necessária e o momento da mudança de fases
da nutrição.

Reprodução

Somente artificial, pois, como se trata de um peixe híbrido, a origem do tambacu se dá por meio de cruzamento de espécies diferentes realizado em laboratórios. A técnica de hibridização do tambacu utiliza ovas de tambaqui e sêmen de pacu.

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Source: Rural

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