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"O esforço que fizeram para que eu pudesse retornar foi muito grande. Fico grato a isso e vou tentar retribuir dentro de campo", disse o volante Paulinho, no dia 14 de janeiro, na entrevista coletiva que oficializou seu retorno ao Corinthians. É a segunda passagem do jogador pelo clube, onde tem status de ídolo da torcida e participou das conquistas da Taça Libertadores e do Mundial de 2012.

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A New Holland Agriculture apoia o time gaúcho Juventude (Foto: Divulgação )

 

A volta do jogador foi viabilizada pela Taunsa, originadora e armazenadora de commodities agrícolas criada em 2008, com sede em Campinas (SP), que, em 2021, tornou-se patrocinadora do Corinthians. Trazer o jogador foi a primeira iniciativa da parceria com o clube paulista.

O patrocínio vale por dois anos. Foi um de diversos movimentos recentes de empresas do agronegócio em direção a clubes e competições esportivas. Em 2021, companhias de grãos, insumos e máquinas agrícolas fecharam contratos de patrocínio, associando o esporte à sua estratégia de construção de marca e de relacionamento com o cliente.

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“Essa parceria renderá bons frutos para o clube, para a marca, para o torcedor corinthiano e para o esporte. E especialmente por se tratar de um setor tão fundamental para o país: assim como o futebol, o agro brasileiro é um orgulho nacional e liderança mundial”, celebra Adriano Monteiro Alves, secretário geral do Corinthians, em nota à Globo Rural.

"É uma oportunidade de tornar a marca conhecida, vinculada a uma marca com 30 milhões de torcedores ou mais", diz o CEO da empresa, Cleidson Cruz. "Quando fomos apresentados ao Corinthians, antecipei algo que estava pensando para daqui cinco anos, pela oportunidade que nos foi apresentada", acrescenta.

Na Taunsa, o contrato com o Corinthians faz parte de um ambicioso plano de investimentos em marca, expansão e internacionalização de negócios. Até 2028, a empresa prevê investir R$ 5,7 bilhões com o objetivo de se tornar líder em armazenagem e uma das três maiores exportadoras de soja do Brasil.

A ATTO Sementes também decidiu entrar em um universo até então inexplorado para divulgar suas tecnologias em grãos como soja e milheto. No final de 2021, tornou-se um dos patrocinadores oficiais da Stock Car para a temporada deste ano, uma das principais categorias do automobilismo brasileiro. O contrato foi anunciado no final do ano passado.

esportes-stockcar-brasil (Foto: Duda Bairros)

 

É a primeira vez que a empresa inclui uma competição esportiva em sua estratégia de marketing, destaca a diretora da área no Grupo ATTO, Mariangela Albuquerque. Ela explica que a ideia surgiu a partir de pesquisas de hábito do produtor rural, que mostraram o automobilismo apenas atrás do futebol como esporte de preferência desse público.

Performance, competitividade e tecnologia estão entre os atributos ligados às corridas de carro que a empresa pretende associar à sua marca de sementes. "Teremos uma campanha de comunicação bastante sólida. Com o nosso público direto, pretendemos usar essa linguagem, todas as metáforas ligadas ao esporte. Todo esse universo vai ser contemplado, o que vai trazer um viés mais criativo de comunicação", afirma.

A executiva não revela o valor investido na campanha, que vale apenas para a temporada de 2022. A parceria com a Stock Car prevê também a exposição da marca da empresa nos autódromos do Brasil, além de ações de relacionamento, como promoções e convites para clientes comparecerem às corridas.

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Para a Vicar, empresa que promove a Stock Car Pro Series, a parceria mostra que a categoria é uma plataforma para se gerar negócios, afirma Fernando Julianelli, CEO da companhia. Ele acredita que o contrato de patrocínio com a sementeira pode ser o caminho para se chegar a um setor em que a categoria ainda não se considera bem inserida.

"Era uma área que não estávamos conseguindo acessar, um grande pedaço da pizza econômica em que a gente não conseguia avançar e a ATTO abriu uma frestinha para a gente entrar nesse mundo, mostrar que o mundo do automobilismo pode ser bacana para o mundo do agro", diz ele, lembrando que a categoria disputa provas em autódromos no interior do país.

Julianelli afirma que, a partir da parceria com a sementeira, a Vicar já começou a mapear empresas de outros segmentos do agronegócio com potencial de negócios com a Stock Car. Ele não revela as empresas, mas sinaliza setores como máquinas e defensivos como potenciais parceiros das competições da categoria no futuro.

"Com certeza, vamos usar o caso para trazer outras marcas. Estamos mapeando outros segmentos do agro para prospectar também. Pode não ser tão óbvio, mas tem essa relação. A categoria é um ambiente positivo e neutro, que passa segurança para  quem quer investir", afirma o executivo.

Dentro e fora da porteira

A relação entre empresas ligadas ao agronegócio e o esporte não é, em si, uma novidade. Há casos conhecidos de empresas de alimentos, por exemplo, que estamparam ou ainda estampam camisas de clubes. No início de janeiro, a Aurora Coop anunciou a renovação do patrocínio à Chapecoense para o Campeonato Catarinense, a Copa do Brasil e a Série B do Campeonato Brasileiro.

Taunsa e ATTO Sementes avaliam que, por meio do esporte, vão se comunicar não apenas como público ligado ao setor, mas também construir relações com as marcas além da porteira das fazendas. "Nossa intenção também é extrapolar um pouco de falar diretamente com o público em geral sobre a importância do agronegócio. A gente não tem a capacidade de atingir todo mundo, mas pretendemos fazer ações específicas nas corridas para falar um pouco de agro", confirma Mariangela Albuquerque, do Grupo ATTO.

"Mostrar ao público, de um modo geral, que o agronegócio não é o que desmata, mas o que alimenta. Trazer essa imagem de que o setor é altamente responsável, com pessoas se dedicando 365 dias no ano para que o cidadão comum possa se alimentar. Não lidamos diretamente com o consumidor final, mas representamos a cadeia produtiva que chega a ele", acrescenta Cleidson Cruz, da Taunsa.

esporte-camisa-corinthians-taunsa (Foto: Divulgação/Taunsa)

 

A New Holland, de máquinas agrícolas, é outro exemplo. Em junho de  2021, anunciou que sua marca estaria na camisa do Juventude, clube de Caxias do Sul (RS). Iniciativa semelhante à protagonizada anos atrás pela sua "irmã" no Grupo CNH Industrial, a Case, que já patrocinou o Palmeiras.

"Tudo pode se conectar com o agro e as nossas últimas ações têm comprovado isso. Queremos mostrar a força do agronegócio para além das fronteiras agrícolas e valorizar o segmento”, avaliou, na época do anúncio, o diretor de Marketing Comercial da New Holland Agriculture para a América do Sul, Gustavo Taniguchi, em comunicado da empresa.

Em entrevista à Globo Rural, Taniguchi reforça que há uma necessidade do setor, falar com outros públicos. Ele avalia que estabelecer um diálogo é o melhor caminho para reverter a visão negativa sobre o campo e que o esporte pode ser um veículo importante.

"Começamos há algum tempo fazer ações para conectar o campo e a cidade e fomos tomando essas decisões. Existe uma necessidade para o segmento, que é levar informação de qualidade para outros setores, para a cidade ou para quem não conhece o agro", resume.

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Source: Rural

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