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O dólar operava em queda na primeira meia hora de negócios desta sexta-feira (25/02), depois de subir mais cedo, mas por ora as variações estão comedidas e deixam a moeda ainda em torno dos 5,10 reais alcançados na véspera, com investidores mantendo o prêmio de risco recém-adicionado na esteira da crise geopolítica agravada pela invasão russa sobre o território ucraniano.

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Funcionário de banco conta notas de dólares em agência em Seul (Foto: REUTERS/Jo Yong-Hak)

 

Às 9h32 (de Brasília), o dólar à vista recuava 0,43%, a 5,0829 reais na venda, após oscilar entre 5,124 reais (+0,37%) e 5,0812 reais (-0,46%). A cotação chegou a operar na casa de 4,99 reais na quarta-feira (23/02). Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,89%, a 5,0825 reais.

Um índice de moedas emergentes subia 0,6% nesta manhã, depois de cair 1,8% na quinta, maior queda desde o início da pandemia de Covid-19. O rublo russo – um termômetro da crise geopolítica atual – avançava 0,9%, após chegar a tombar quase 10% na sessão anterior.

Na véspera, o dólar saltou 2% no Brasil, mas ainda conseguiu fechar abaixo das máximas do dia, quando chegou a disparar mais de 3%, perdendo fôlego conforme as praças financeiras globais melhoraram o sinal na parte da tarde após o governo dos Estados Unidos anunciar sanções contra a Rússia percebidas como menos severas e sem maiores impactos ao setor de energia. A temperatura na geopolítica, contudo, segue muito elevada.

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Mísseis atingiram Kiev, a capital ucraniana, nesta sexta-feira, e famílias se esconderam em abrigos antiaéreos, enquanto forças russas forçavam seu avanço e autoridades disseram que estavam se preparando para um ataque com o objetivo de derrubar o governo.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas votará nesta sexta-feira um projeto de resolução que condenaria a Rússia por invadir a Ucrânia e exigiria que Moscou se retire imediata e incondicionalmente, mas a medida deve falhar porque Moscou pode vetar.

Estudo do Citi mostra que o real é a moeda latino-americana com maior beta (uma medida de sensibilidade) em relação ao rublo russo, o que em tese deixaria a moeda brasileira mais vulnerável a eventuais contágios da crise por lá.

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Mas ao mesmo tempo eles notaram que as posições "compradas" em real – ou seja, que ganham com a valorização da divisa – "normalizaram-se" desde as máximas deste ano, indicando que investidores locais não estão significativamente posicionados na moeda brasileira.

Na teoria, isso amenizaria riscos de uma realização de lucros mais ampla que pudesse empurrar o dólar muito mais para cima, depois da queda quase ininterrupta da divisa dos EUA desde o começo do ano.

"Acreditamos que o real ainda tem motivos para um bom desempenho, mas acreditamos que podemos continuar vendo uma correção de curto prazo, especialmente se as tensões geopolíticas permanecerem altas", disseram estrategistas do banco norte-americano em relatório.

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Source: Rural

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