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Uma marca de sementes nas pistas de automobilismo, colheitadeiras de grãos estampadas em camisas de jogadores de futebol, uma empresa de logística agrícola viabiliza a contratação de um craque em um dos maiores clubes brasileiros. Esses são alguns dos movimentos estratégicos de companhias do agro para falar para fora das fazendas e atingir novos públicos, especialmente o das cidades. A decisão do Grupo Atto, de sementes,  em patrocinar a Stock Car, uma das principais categorias do automobilismo no país, surgiu de pesquisas que mostraram a afinidade do produtor rural com a modalidade, explica a diretora de marketing
Mariângela Albuquerque.

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A decisão do Grupo Atto, de sementes, em patrocinar a Stock Car, faz parte de um movimento estratégico do agro para atingir novos públicos, especialmente o das cidades (Foto: StockCar)

 

Performance e tecnologia estão entre os atributos ligados às corridas que a empresa pretende associar às sementes. "Com nosso público direto, pretendemos usar essa linguagem, as metáforas ligadas ao esporte. E, além de chancelar o evento, poderemos levar clientes e parceiros para viver a emoção da corrida", diz, sem revelar o valor do investimento.

Fernando Julianelli, CEO da Vicar, que promove a Stock Car Pro Series, avalia que o patrocínio da companhia reforça a categoria como plataforma de negócios. Ele afirma que já começou a mapear outros segmentos e vê máquinas agrícolas e defensivos como potenciais parceiros da Stock Car.

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"A gente sabe o poder e a importância do agro para a economia brasileira. Tinha um grande pedaço da pizza econômica em que, de certa forma, a gente não conseguia avançar, e a ATTO abriu uma porta para entrar nesse mundo. Tem muita coisa que a gente pode avançar no futuro", diz Julianelli.

Já a Taunsa, empresa de originação e logística de grãos fundada em 2008, anunciou, no ano passado, uma parceria com o Corinthians que, de cara, viabilizou o retorno do volante Paulinho, ídolo do clube, de quem ficará responsável pelos salários.

Cleidson Crua, da Taunsa, firmou parceria com o Corinthians (Foto: Divulgação )

 

A parceria é de dois anos, explica o CEO da Taunsa, Cleidson Cruz, e integra um plano de crescimento e internacionalização da empresa. Até 2028, devem ser investidos R$ 5,7 bilhões com o objetivo de elevar a participação de mercado em armazenagem e exportação de grãos no Brasil.

 "Quando fomos apresentados ao Corinthians, antecipei algo que estava pensando para daqui cinco anos, pela oportunidade. Juntar futebol, com a visibilidade de um clube da magnitude do Corinthians, com o agronegócio, na minha visão, é um casamento perfeito", conta Cruz.

“Essa parceria renderá bons frutos para o clube, para a marca, para o torcedor corinthiano e para o esporte. Especialmente por se tratar de um setor tão fundamental para o país: assim como o futebol, o agro brasileiro é um orgulho nacional e liderança mundial”, celebra Adriano Monteiro Alves, secretário geral do Corinthians, em mensagem enviada à Globo Rural.

A Taunsa e a ATTO Sementes avaliam que, por meio do esporte, vão se comunicar não apenas com o público ligado ao setor, mas também construir relações com as marcas além da porteira das fazendas. "Nossa intenção também é falar com o público em geral. Existe uma estratégia de falar da importância da semente, para as pessoas da cidade entenderem de onde vem o alimento", explica Mariangela, do Grupo ATTO.

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"Mostrar ao público que o agronegócio não é quem desmata, mas quem alimenta, extremamente responsável. Não somos uma marca que lida diretamente com o consumidor final, mas representamos a cadeia produtiva que acaba chegando a ele", acrescenta Cruz, da Taunsa.

A New Holland Agriculture é outro exemplo. Em junho de 2021, a fabricante de maquinários anunciou patrocínio ao Juventude, de Caxias do Sul (RS), no Campeonato Brasileiro. "Queremos mostrar a força do agronegócio para além das fronteiras agrícolas”, avaliou, na época, o diretor de marketing comercial da empresa para a América do Sul, Gustavo Taniguchi.

A New Holland Agriculture apoia o time gaúcho Juventude (Foto: Divulgação )

 

É um caminho incipiente, mas que está se consolidando, acredita Ricardo Nicodemus, presidente da Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócios (ABMR&A). Para ele, as empresas do agro estão percebendo mais a necessidade de conectar campo e cidade. Daí o olhar para o esporte. “Investem tendo em vista a necessidade de fazer essa conexão. Em um horizonte dos próximos dois anos, ou até um pouco menos, teremos empresas do agro que passarão a ver o esporte com bons olhos e investirão", afirma Nicodemus. 

Quem vive esse ambiente há mais tempo vê benefícios. Empresa de fertilizantes com sede nos Estados Unidos, a Brandt está nas pistas americanas da Nascar há 12 anos. No Brasil, desde 2015 está na Porsche Cup, onde realiza ações de relacionamento nas corridas. "No outro dia, surgem comentários sobre a experiência, e isso cria vínculo", diz o CEO da Brandt no Brasil, Wladimir Chaga. "No futuro, há a possibilidade de entrarmos em outro esporte."

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Source: Rural

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