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O camu-camu ou caçari (Myrciaria dúbia) é uma fruta típica da região da Amazônia. Está entre os alimentos mais ricos em vitamina C do mundo e chega a superar a acerola em 20 vezes e o limão, em 100. É uma fruta pequena e seu peso médio não ultrapassa 10g. Cresce principalmente nas margens dos rios amazonenses em épocas de cheia.

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Camu-camu (Foto: Embrapa)

 

Embora nutritiva, é muito azeda e adstringente e, talvez por este motivo, seu consumo não seja tão comum na alimentação brasileira. O camu-camu é mais usado de maneira processada em sorvetes, geléias e compotas. 

Em 2009, a Embrapa identificou que por causa do seu poder antioxidante, proveniente do alto teor de vitamina C, o camu-camu tem chamado a atenção das indústrias de cosméticos, farmacêuticas e alimentícias.

Desde então, estão sendo realizadas pesquisas para possibilitar a exploração sustentável, transformando o fruto numa oportunidade de crescimento tanto para o cultivo comercial, quanto para a agroindústria brasileira.

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Origem da fruta, características e consumo

A fruta é silvestre e vem da mesma família que a jabuticaba, por isso a semelhança. De cor arroxeada, o tamanho varia entre 1 e 3,2 cm de diâmetro e o peso chega a no máximo 10 gramas. O camucamuzeiro é uma pequena árvore cuja altura não passa dos 6 metros. 

O crescimento do camu-camu é mais comum nas margens dos rios da região amazônica em tempos de cheia e, por ser uma fruta resistente, ela aguenta ficar submersa por até 5 meses. É tipicamente encontrada no Brasil e em trechos de países como Colômbia, Venezuela e Peru.

O camu-camu é uma fruta nativa com alto teor de vitamina C (Foto: Embrapa/Ronaldo Rosa)

 

Engana-se quem pensa que a fruta é fonte apenas de vitamina C. Em sua composição há também betacaroteno, potássio, ferro, cálcio, fósforo e outros nutrientes.

Por conta do sabor azedo, o consumo in natura não é tão popular. No entanto, o caçari processado aparece como ingrediente de sorvetes, geleias e licores. Em países da União Européia e no Japão, o consumo da polpa e do suco da fruta estão em crescimento.

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Benefícios para a saúde

A abundância de vitamina C encontrada no camu-camu faz da fruta um poderoso  antioxidante natural que atua no combate aos radicais livres que podem causar envelhecimento precoce. Além disso, suas propriedades anti-inflamatórias ajudam a prevenir infecções gerais, fortalecendo o sistema imunológico.

A ingestão da fruta também auxilia no controle da diabetes e de possíveis complicações cardiovasculares, graças às suas propriedades que ajudam a reduzir gorduras e açúcar no sangue.

Camu-camu (Foto: Reprodução/klimanaturali)

 

Cultivo no Brasil

O cultivo da planta no Brasil ainda está em processo de adaptação para solo firme e, para isso, estão sendo feitas pesquisas de melhoramento de sementes. Por este motivo, a produção ainda não alcançou o patamar desejado.

Atualmente, o plantio acontece principalmente no Pará, no Amazonas e em algumas fazendas de São Paulo. Buscando melhorar o cenário, universidades brasileiras e a Embrapa estão desenvolvendo projetos para domesticar o cultivo, analisar a genética e as formas de obtenção de mudas de qualidade.

O camu-camu ou caçari é uma fruta nativa da Amazônia mas ainda pouco valorizada no Brasil (Foto: Embrapa)

 

Enquanto em terras brasileiras a produção caminha a lentos passos, o vizinho Peru já é um grande produtor e exportador de caçari, sendo o responsável por saídas para o Japão, Estados Unidos e para a União Européia.

Oportunidades para a agroindústria

O aproveitamento do caçari pela agroindústria ainda é um desafio para o Brasil e exige muitas pesquisas. Além disso, é preciso tornar a fruta mais conhecida no país para despertar o interesse dos consumidores e atrair novos mercados.

O potencial econômico é alto, uma vez que se trata de uma fruta de grande valor nutricional. Tornando possível a exploração sustentável do camu-camu, será possível considerar o fruto uma excelente oportunidade para o cultivo comercial e para a agroindústria brasileira.

Compota de camu-camu: receitas são testadas para incentivar o consumo da fruta (Foto: Embrapa/Clarice Rocha)

 

Com informações de Fapesp, Agron Food Academy e Embrapa

 

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Source: Rural

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