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A expectativa com o futuro do valor do frete rodoviário no Brasil não é nada promissora para a maioria dos transportadores, de acordo com pesquisa que apontou o pior sentimento de empresários de transportes desde antes da pandemia, com o setor afetado pela atividade econômica fraca e pela quebra de safra de grãos.

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Carregamento de milho em caminhão no Paraguay. 07/08/2012 (Foto: REUTERS/Jorge Adorno)

 

Sondagem realizada pela associação NTC&Logística apontou que 37% dos entrevistados acreditam em uma piora do valor do frete no futuro, versus um patamar de 35% do segundo semestre de 2019, antes da pandemia, e 30% na última pesquisa do ano passado.

Aqueles que acreditam em uma melhora do frete ficaram praticamente no nível da pesquisa anterior, em 36%, enquanto aqueles que apostam em uma estabilidade respondem por 27%.

"O frete depende muito do segmento de atuação do transportador. O frete do agronegócio está ruim, o pessoal (contratante do frete) não está querendo repassar o valor do diesel, e está começando a faltar caminhão", disse à Reuters o assessor técnico da NTC&Logística, Lauro Valdivia.

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Com o mercado afetado por seguidas quebras de safra no Brasil –a do milho em 2021 e agora a de soja–, as negociações entre contratantes e transportadores estão difíceis, com muitas empresas sendo levadas a migrar para outras categorias de produtos, segundo o especialista.

Ele notou também que o segmento foi atingido em 2022 pela severa quebra de safra de soja no Sul, que acaba movimentando transportadores e caminhoneiros autônomos para outras regiões em busca de cargas, conturbando os fluxos.

No segundo semestre de 2021, o volume de cargas para transporte já havia caído pela quebra na produção de milho, mas também a economia não foi tão bem, acrescentou Valdivia.

"Além do agronegócio não ter contribuído tanto, o volume de carga industrial e pessoa física frustrou", comentou.

O levantamento com 250 empresários transportadores, incluindo os maiores do setor no país, mostrou ainda que continua a defasagem do valor do frete, agora estimada em 13,3%, em meio à alta de custos, como o do diesel, que disparou cerca de 50% em 12 meses até janeiro.

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Um fatia de 37% dos entrevistados afirmou que não conseguiu repassar o aumento do diesel, enquanto 58% fizeram isso apenas parcialmente, com somente 5% efetivando todo o repasse do combustível, que responde por cerca de um terço das despesas de transportadores.

"Os números apontam a realidade do que vem acontecendo com as empresas do setor, precisamos agora sair a campo para recuperar essa defasagem do valor", afirmou o presidente da NTC&Logística, Francisco Pelucio.

A pesquisa mostrou ainda que 47% dos entrevistados afirmaram ter sido afetados negativamente pela pandemia, enquanto 35% tiraram proveito. Para outros 18%, a situação não gerou impacto.

Valdivia disse a pandemia beneficiou especialmente aquelas companhia que atendem o comércio eletrônico, que teve crescimento de volumes nos últimos anos.

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Source: Rural

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