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O presidente Jair Bolsonaro vai se reunir nesta quarta-feira (16/2), com o líder russo, Vladimir Putin, em Moscou, em meio à escalada de tensões geopolíticas entre Rússia e Ucrânia e a uma preocupação crescente do agronegócio com a oferta de insumos. A agricultura deve ser um dos principais temas da agenda bilateral. Os russos são o principal fornecedor externo de fertilizantes para o mercado brasileiro, respondendo por 20% do total.

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À esquerda, o chefe de Estado russo Vladimir Putin e, à direita, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro (Foto: Marcos Corrêa/PR)

 

Em novembro de 2021, o assunto já chegou a ser tratado pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que se reuniu com representantes das principais empresas de fertiizantes da Rússia e disse ter ouvido deles a garantia de fornecimento. A ministra não está na comitiva presidencial em Moscou.

Recentemente, ela foi diagnosticada com Covid-19 e precisou cancelar sua agenda de compromissos oficiais. Na segunda-feira (14/2), ela informou ter feito um novo teste e recebido diagnóstico negativo para a doença.

À turbulência geopolítica na Rússia, soma-se às sanções comerciais impostas por Estados Unidos e Europa à Bielorrússia, país também relevante no fornecimento de fertilizantes para a agricultura brasileira, principalmente do cloreto de potássio. Diante das restrições comerciais, o Brasil importou o insumo também do Canadá.

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Na avaliação de Bruno Fonseca, analista do Rabobank, os riscos políticos podem ter o efeito de reverter a esperada queda das cotações, prevista para começar a partir de abril ou maio. “Pelos fundamentos, a queda dos preços [dos insumos] deveria começar em meados do segundo trimestre. Isso principalmente por causa do avanço da vacinação pelo mundo e da retomada das atividades. Ou seja, aqueles fatores que foram colocados na conta da pandemia estão sendo resolvidos”, afirma Fonseca.

A expectativa era da demanda se ajustar aos poucos ao aumento dos custos de produção enquanto a oferta deixaria de conviver com as restrições na linha de produção e de logística. “Agora temos esse problema geopolítico envolvendo a Rússia, que é grande fornecedora do Brasil. E qualquer problema ali poderá fazer com que esses preços, que estavam caindo, voltem a subir com força por causa desses problemas geopolíticos que fogem completamente do que somos capazes de analisar”, diz Fonseca.

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Entre esses fatores está a forte elevação da demanda por insumos no período da pandemia, resultante da alta generalizada dos preços das commodities, o que levou muitos produtores a decidirem ampliar suas culturas em busca da boa margem de lucro.

Na China, também forte em agrotóxicos e fertilizantes, houve ainda problemas decorrentes das rupturas no fornecimento de energia, o que afetou a produção. Para se apresentar ao mundo com uma matriz energética mais limpa, explica o analista do Rabobank, o governo chinês  vem trocando o carvão pelo gás natural. A mudança causou problemas no fornecimento de energia.
Source: Rural

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