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O arroz pode ser uma alternativa para complementar ou substituir o milho na alimentação animal do ponto de vista nutricional. A conclusão é de estudos da Embrapa Suínos e Aves, com sede em Santa Catarina. Segundo o pesquisador Jorge Vitor Ludke, o arroz descascado serve perfeitamente para complementar ou substituir o milho na alimentação de aves e suínos.

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porcos China (Foto: REUTERS/Stringer)

 

“O arroz é um grão que tem como prioridade a alimentação humana e vai continuar sendo assim. Mas agora existe um excedente e a alimentação animal é uma alternativa”, afirmou Rodrigo Ramos Rizzo, engenheiro agrícola e assessor especial da presidência da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) à assessoria da Embrapa Suínos e Aves.

Ele se refere ao fato de que os altos preços decorrentes da crescente valorização do milho e da soja têm influenciado nos últimos três anos o desempenho da suinocultura e avicultura, de acordo com dados da Central de Inteligência de Suínos e Aves da Embrapa Suínos e Aves, lembrando que a ração responde por cerca de 70% a 80% do custo de produção das duas atividades.

Ao mesmo tempo, em alguns anos, há excesso de oferta de arroz no mercado nacional. Foi o que ocorreu na safra 2020/21, em que houve uma sobra de 600 a 800 mil toneladas na safra 2020/2021.

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Rizzo afirma que já há contratos de venda de arroz em casca ou quirera de arroz entre arrozeiros e produtores de carne de frango e carne suína no Rio Grande do Sul, mas o que vai definir a extensão do uso do arroz como alimento alternativo nas rações animais será a comparação da sua cotação com a do milho na hora da compra e o custo de frete.

“É por isso que o uso do arroz como alimento alternativo compensa, na prática, somente em lugares que poderão contar com uma grande vantagem logística”, ressalta o pesquisador Ludke na nota da Embrapa.

A região Sul se encaixa nessa lógica porque apresenta o maior déficit de grãos para suínos e aves e também concentra o excedente de arroz. Em média, uma saca de arroz percorre 500 km no Sul do Brasil para se transformar em ração animal. Já no caso do milho, que vem do Centro-Oeste majoritariamente, a distância sobe para cerca de 2.000 km (de Sinop, MT, a Chapecó, SC), o que representa um frete até 70% mais caro.

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Source: Rural

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