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A parceria é uma alternativa cada vez mais adotada no mercado para tornar empresas mais competitivas em um cenário que se torna mais disputado dia a dia. A partir de iniciativas de cooperação, é possível compartilhar recursos, fortalecer o poder de compras e combinar competências para explorar novas oportunidades e oferecer produtos com qualidade superior e diversificada. Em resumo, é um processo em que todos os envolvidos, sejam eles produtores, fornecedores ou consumidores, ganham.

 

No cooperativismo, a intercooperação é um de seus princípios básicos, vista como um caminho natural para o fortalecimento do movimento como um todo. Por isso, é comum verificarmos os mais diversos níveis de cooperação entre iniciativas de um mesmo ramo, o agro por exemplo, ou entre ramos, por meio de estruturas locais, regionais, nacionais e até internacionais.

Nesse contexto, um case importante que pode ser citado é o da Unium, criada em 2017 pelas cooperativas Castrolanda, Frísia e Capal, sediadas no estado do Paraná e que atuam nos mercados de leite e derivados lácteos, produção e comercialização de carne de suínos e produção de trigo. Antes da Unium, cada unidade operava de forma independente e chegava a ser, inclusive, concorrente uma das outras.

Com a intercooperação, elas ganharam uma presença de peso no mercado, melhoraram o faturamento, que cresce cerca de 20% ao ano, e ampliaram sua presença no mundo, com a exportarção de produtos para mais de 25 países. Juntas, as três cooperativas faturam mais de R$ 7 bilhões/ano e representam o trabalho de cinco mil famílias cooperadas.

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Outro exemplo importante de intercooperação é o firmado entre a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e a Confederação Alemã de Cooperativas (DGRV), que completou 25 anos em 2021. Iniciada em 1996, a parceria garantiu, inicialmente, a melhoria e a profissionalização das cooperativas de crédito no Brasil. Atualmente, abrange também cooperativas agropecuárias, de infraestrutura e de trabalhadores.

No caso das cooperativas agro, a intercooperação pode significar, inclusive, uma estratégia de sobrevivência. Isso porque em um mercado que é extremamente competitivo, os pequenos negócios podem não contar com os recursos necessários para se manter. Dessa forma, para as cooperativas menores, o trabalho conjunto de intercooperação é fundamental.

Ao considerarmos resultados bem-sucedidos como os das iniciativas citadas acima o que se espera é que o formato possa ser replicado para outras frentes e que novos modelos de intercooperação sejam adotados, incluindo também as possibilidades oferecidas pelos avanços das tecnologias de informação e interação social disponíveis. Ou seja, a intercooperação por meio de plataformas digitais para alavancar negócios.

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Neste sentido, algumas iniciativas de sucesso já começam a ser conhecidas no mercado. Uma delas é a plataforma NegóciosCoop que buscar dar mais visibilidade e apoiar a comercialização de produtos e serviços entre cooperativas, a partir de funcionalidades customizadas que facilitam a criação, gestão e acompanhamento de anúncios e negociações. A plataforma foi lançada em julho do ano passado e já congrega mais de 600 cooperativas que a utilizam rotineiramente.

Outro exemplo de intercooperação em plataforma digital é a Supercampo, um marketplace resultante da união de 12 cooperativas agro que se organizaram para atender cada vez melhor seus mais de 80 mil cooperados, bem como as comunidades onde estas cooperativas estão localizadas. Ela funciona como uma ponte entre a demanda dos produtores rurais e as ofertas dos principais fornecedores para oferecer conveniência e facilidade para o cooperado encontrar o que precisa para a sua propriedade.

Na mesma linha, a SmartCoop, plataforma digital da FecoAgro/RS, integra 31 das maiores cooperativas agro do Rio Grande do Sul para garantir maior competitividade no mercado aos seus 173 mil produtores associados com ferramentas de gestão e vendas. A partir da iniciativa, é possível, em um ambiente 100% digital, acompanhar as propriedades, negociar e comercializar os produtos de forma rápida e prática.

Investir em intercooperação é, portanto, um tema central na estratégia comercial do cooperativismo. Aliado a inovação, que também sempre fez parte do nosso modelo de negócios, seremos protagonistas da Nova Economia.

*Márcio Lopes de Freitas é presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).

**as ideias e opiniões expresas neste artigo são de responsabilidade exclusiva de seu autor e não representam, necessariamente, o posicionamento editorial da revista Globo Rural
Source: Rural

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