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As lavouras irrigadas de arroz do Rio Grande do Sul vêm sofrendo com o calor extremo e falta chuva que castigam o Estado. Embora na última semana a chuva tenha ocorrido em algumas áreas, elas foram predominantemente irregulares, incapazes de aliviar a situação, que prejucida  a safr no principal produtor nacional do cereal.

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Situação deve se agravar ainda mais com o calor persistente a as chuvas apenas em forma de pancadas prevista para os próximos dias(Foto: Manoel Marques / Editora Globo.)

 

O estado enfrenta a terceira onda de calor, que é caracterizada quando a temperatura passa dos 35ºC por cinco dias consecutivos. De acordo com as recomendações técnicas da SOSBAI (Sociedade Sul-Brasileira de Arroz Irrigado), a faixa crítica de altas temperaturas para induzir esterilidade no arroz é acima de 35ºC por mais de três dias consecutivos durante a floração da planta, fase que a maior parte das lavouras se encontra no momento.

O Instituto Riograndense do Arroz (Irga) afirma que a situação é de extrema atenção. Segundo Rodrigo Machado, presidente do Irga, um comitê de crise foi montado em dezembro para monitorar regiões afetadas. “A maior parte das lavouras de arroz no Estado está em estágio reprodutivo, e assim como as temperaturas baixas causam aborto, o calor também prejudica muito. Estamos em uma terceira onda de calor muito forte, além da falta d'água que impactam na produção”.

Alexandre Velho, presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) afirma que já se prevê produtividade e produção menores. “A situação tem piorado nos últimos dias, mesmo tendo chovido, porém sempre muito irregular. Existem áreas que os produtores precisam optar por atender uma parte ou dar preferência por 70%, 80% da área e abandonar o resto que não terá condições de atender com água”, revela.

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A falta de água, os custos mais elevados e os preços mais baixos pagos ao produtor tem agravado a situação, afirma o presidente da Federarroz. Segundo ele, no verão 2020/2021, a saca de 50 quilos estava, em média a R$ 110. Agora, está em R$ 65. “O que torna a situação mais grave é que estamos vindo de anos difíceis, só neste ano o preço pago ao produtor já caiu 40%, e ao mesmo tempo há um aumento alto do custo de produção”. 

Velho afirma que a situação indica que o Estado terá uma diminuição grande da área plantada para a safra 2022/2023. “O Rio Grande do Sul plantou 957 mil hectares nesta safra, e estimo que nós não vamos plantar nem 800 mil na próxima, se seguirmos neste cenário”.

A Federarroz orienta os produtores a comunicarem suas prefeituras para que elas decretem emergência. “Isso é um fator importante para podermos acionar a parte de seguro ou repactuação de pagamentos, custeio e financiamentos”, alerta o presidente da federação.

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Source: Rural

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