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A chuva acima da média em Mato Grosso têm atrapalhado a colheita da safra 2021/2022 de soja no Estado. Segundo a Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja-MT), produtores têm se queixado da má qualidade do grão devido ao apodrecimento das vagens, dificuldades na dessecação, tombamento de plantas e grãos avariados. Mesmo com um aumento de 400 mil hectares na área plantada no Estado, representantes da entidade descartam a possibilidade de safra recorde.

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Previsão é que chuvas se mantenham na época de colheita na faixa central do país (Foto: José Medeiros/Ed.Globo)

 

 

"A qualidade do grão não está boa, principalmente na região norte do Estado. Está acontecendo a incidência da podridão das vagens e o tombamento das plantas, que até agora nenhuma instituição de pesquisa conseguiu descobrir a causa. Só observa-se que existem fungos no caule das plantas e das vagens", afirma Lucas Costa Beber, vice-presidente da Aprosoja-MT.

De acordo com Beber, mesmo com o manejo, a nutrição, a aplicação de fungicidas corretos e completos, há registros de avaria nos grãos. "No município de Nova Ubiratã, os produtores relataram perdas em torno de 15%, grande parte por conta da falta de luminosidade que tornam os grãos mais leves e também por avaria nos grãos".

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Beber também traz um panorama das outras regiões do estado mato-grossense. Segundo ele, na região oeste, há poucos relatos de grãos avariados, porém a safra ainda anda devagar. No leste, são praticamente insignificantes as áreas de colheita, e seguem com dificuldade diante das chuvas. No sul, poucas áreas foram colhidas, e há poucos relatos de perda de qualidade dos grãos.

No início da semana, o Instituto Mato Grosssense de Economia Agropecuária (Imea), também relatou dificuldades no trabalho de campo. Em boletim semanal, divulgado na segunda-feira (17/1), a instituição destacou que os altos volumes de chuva dificultaram a entrada das colheitadeiras no campo. 

"Com elevados volumes de chuvas nas últimas semanas, foram relatadas dificuldades na entrada das colheitadeiras no campo e, aliado a esse panorama, há relatos de atraso nas entregas de dessecantes em algumas regiões, o que está implicando diretamente no avanço dos trabalhos nas primeiras áreas em MT", informou o Imea.

Ainda assim, até a sexta-feira passada (14/1), o trabalho de campo começou em ritmo mais acelerado que o do mesmo período no ano passado. Chegou a 4,16% da área, 3,37 pontos percentuais acima. Em 15 de janeiro de 2021, as máquinas tinha percorrido apenas 0,8% da área.

A projeção de safra mais recente do Imea para a soja em Mato Grosso, datada de 6 de dezembro de 2021, é de uma área plantada de 10,855 milhões de hectares. A colheita é projetada em 38,13 milhões de toneladas, com uma produtividade média de 58,56 sacas por hectare.

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Mais chuva à vista

Pelo menos até quarta-feira (26/01), a tendência é que as regiões produtoras do Mato Grosso recebem chuvas diárias porém em forma de pancadas. Porém, a partir de quinta-feira (27/01), o tempo volta a fechar e há previsões de muitas chuvas.

"Se preparem e corram com as colheitas, porque o tempo vai se manter nesse padrão. O último final de semana de janeiro deve ser marcado por muita chuva em todo Centro-Oeste, o que vai atrapalhar tanto a colheita da soja quanto o plantio do milho e lavouras de segunda safra", alerta Marco Antonio dos Santos, agrometeorologista da Rural Clima.

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Portanto, a colheita da soja que deve ir até o dia 20 de fevereiro deve seguir com dificuldades, afinal, os modelos meteorológicos continuam sinalizando muitas chuvas para o mês de fevereiro. "Muito cuidado, porque está prevista uma invernada para a segunda semana de fevereiro, com chuvas intermitentes e altos volumes", finaliza.

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Source: Rural

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