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Seca, três geadas e incêndios levaram o o setor sucroenergético a produzir 568,4 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na safra 2021/2022, uma redução de 13,2% em relação à temporada anterior, segundo estimativa divulgada no final de novembro pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Os efeitos desses fenômenos, que castigaram principalmente os canaviais paulistas, podem impactar ainda a nova safra, que começa em abril.

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Tendências 2022: açúcar (Foto: Estúdio de Criação)

 

"Ao que tudo indica, haverá um crescimento da produção, mas deve ficar longe dos 605 milhões de toneladas de cana colhidas na safra 2019/2020", diz Antonio de Pádua Rodrigues, diretor técnico da União das Indústrias de Cana-de-Açúcar (Unica). "A safra atual lembra muito a colhida na temporada 2011/2012, quando houve um recuo de 60 milhões de toneladas e uma recuperação de 8% logo em seguida."

Para Marcos Fava Neves, professor da FEA-USP de Ribeirão Preto e da Fundação Getulio Vargas, a entressafra trará emoções e os estoques devem ficar baixos. A volta das chuvas, diz, deve ajudar na cana de 2022, mas a cultura está em estágio atrasado de desenvolvimento. “Deve ser uma safra menor, provavelmente ao redor de 500 milhões de toneladas, e com preços altos.”

Andy Duff, analista do Rabobank, também aposta que, com as condições climáticas dentro da normalidade, os canaviais vão recuperar parte da produtividade perdida e a nova safra será mais alcooleira. Em sua avaliação, os preços do açúcar vão se manter em patamares elevados, garantindo boa rentabilidade ao setor, apesar do forte aumento dos custos de produção.

Indicadores de preço do açúcar cristal (Foto: Estúdio de Criação)

 

A precificação mais acelerada do adoçante brasileiro, com 11 milhões de toneladas fixadas até outubro, já garante boas margens ao setor em 2022, acima dos custos de produção, e tira as usinas da roleta de preços em determinados momentos, segundo análise de Duff.

A produção global no ano-safra 2021/2022, que começou em outubro, deve ficar em 181,1 milhões de toneladas, estável em comparação ao ciclo anterior, de acordo com estimativa do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). A entidade projeta que a queda esperada para o Brasil deve ser compensada por aumentos na União Europeia, Índia, Rússia e Tailândia.

Não há risco de desabastecimento mundial. O cenário é mesmo de demanda aquecida e boas remunerações para o setor"

TOMÁS MANZANO,
diretor de finanças, estratégia, participações e relações com usinas da Copersucar

Tomás Manzano, diretor de finanças, estratégia, participações e relações com usinas da Copersucar, empresa líder global em exportações de açúcar por meio da Alvean, afirma que não há risco de desabastecimento mundial. “O cenário é mesmo de demanda aquecida e boas remunerações para o setor.”

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Source: Rural

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