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Com expectativa de recuperação parcial da produtividade dos canaviais, o setor sucroenergético deve elevar a produção de etanol, de olho nos bons preços do combustível previstos para 2022, apesar do aumento dos custos dos insumos.

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Antonio de Pádua Rodrigues, diretor técnico da União das Indústrias de Cana-de-Açúcar (Unica), prevê uma produção maior que a da safra que termina em março, impactada por sérios problemas climáticos. Ele não estima o volume, mas confia em preços bem recompensadores em 2022 para o etanol, devido aos patamares do barril do petróleo, cotado a US$ 80, e ao câmbio elevado.

Tendências 2022: Etanol (Foto: Estúdio de Criação)

 

Andy Duff, analista do setor de cana do Rabobank, também aposta que, se não houver uma intervenção do governo, o próximo ano deve ser de preços elevados do etanol, devido à somatória da cotação do petróleo, real desvalorizado e oferta limitada do produto.

Pádua explica que o setor optou por priorizar a produção de etanol em detrimento do açúcar, diante da menor disponibilidade de cana. Entra na conta também o recuo de 40% nas exportações de etanol.

Produção de etanol de cana-de-açúcar e milho (Foto: Estúdio de Criação)

 

Mais um fator deve empurrar o mix das usinas para o etanol na próxima safra: os créditos de descarbonização, chamados de CBIOs. “Com a maior certificação de etanol para a emissão de CBIOs e o compromisso do Brasil na COP 21, o setor tem metas audaciosas para manter uma forte participação do etanol”, diz Pádua.

O saldo de 7 milhões de CBIOs de 2021 vai se somar à meta de 35,98 milhões fixada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) para 2022, gerando um mercado mais equilibrado de preços. O que deve se manter é o impasse sobre quem tem direito a receber os CBIOs. Segundo Pádua, mais de 50% da cana de fornecedores já recebem repasse dos CBIOs, mas muitos ainda esperam uma lei que garanta um repasse de 100%.

O setor optou por priorizar o etanol em detrimento
do açúcar, diante da menor disponibilidade

de cana"

Antonio de Pádua Rodrigues,
diretor técnico da União das Indústrias de Cana-de-Açúcar (Unica)

Para o consultor Ricardo Pinto, o impasse entre usinas e fornecedores ocorre porque os fornecedores querem o repasse de 100% dos CBIOs, e as usinas oferecem 60%, em função de ser este o peso da cana na composição do custo médio do açúcar e do etanol. “Ambos os lados estão irredutíveis. Creio que quando os dois lados cederem para um valor ao redor de 80%, a negociação sai.”

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Source: Rural

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