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A adoção de produtos biológicos vem crescendo ano a ano na última década no mundo todo, e, principalmente, no Brasil. Muito dessa evolução é fruto do crescente avanço das pesquisas e lançamento de novos bioinsumos, adequados à agricultura tropical e ao maior acesso dos agricultores aos resultados dessa tecnologia.

Na safra 2020/21, a comercialização de insumos biológicos movimentou R$ 1,7 bilhão no país, um aumento de 37% na comparação com o ciclo anterior, segundo levantamento feito pela Spark Inteligência Estratégica. Apesar do aumento, o segmento ainda representa apenas 3% do mercado total de produtos utilizados pelos produtores para a proteção de cultivos. Mas, o forte ritmo de crescimento em biológicos, da ordem de 30% ao ano, vem ocorrendo ao menos desde 2018.

 

O aumento contínuo da demanda por produtos biológicos indica a consolidação do uso dessas soluções como ferramentas de manejo pelo produtor. Os dois nichos que formam o segmento (biodefensivos e bioinoculantes) movimentaram mais vendas entre um ciclo produtivo e outro. Do total das vendas do segmento de biológicos, os biodefensivos, usados para o controle de doenças e pragas, responderam por R$ 1,3 bilhão, com destaque para os bionematicidas (R$ 724 milhões), seguidos por bioinseticidas (R$ 417 milhões) e biofungicidas (R$ 159 milhões), indica o estudo.

O controle biológico se mantém em evidência devido à crescente preocupação da sociedade com a segurança alimentar, com a saúde e com a sustentabilidade na cadeia de produção agrícola. Além disso, promove ganhos de produtividade e financeiros aos agricultores.

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O Brasil está na vanguarda desse movimento, alcançando o recorde em registro de novos defensivos biológicos. Somente em 2020, 56 novos produtos foram registrados, totalizando mais de 300 biológicos disponíveis no Brasil, segundo dados Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). O país possui mais de 23 milhões de hectares tratados com biológicos e a quantidade bioinsumos no mercado brasileiro mais que duplicou desde 2017.

Apesar disso, a falta de informação ainda é um dos principais desafios para o aumento de adoção do controle biológicos pelos produtores brasileiros. E com isso, o mercado de biológicos tem ainda enorme capacidade de expansão.

Nesse sentido, o SPARCBio (São Paulo Advanced Research Center for Biological Control) funciona como um difusor de informações aos agricultores, além de ser um centro de pesquisas para o desenvolvimento de novos produtos. O centro conta com a participação de diversos pesquisadores e especialistas diretamente envolvidos com o projeto e com as seguintes linhas de pesquisa: descoberta de novos agentes biológicos de controle; desenvolvimento de novas tecnologias e geração de conhecimento em manejo integrado de pragas e doenças

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Um dos desafios é a mudança de cultura dos produtores rurais brasileiros em relação à competitividade e eficácia das tecnologias de controle biológico, na comparação com os agroquímicos. Essa quebra de paradigma só será viável com educação e difusão do conhecimento que resultem em maior aceitação dos biológicos.

Além disso, esse ciclo em expansão, faz com que cada vez mais empresas e startups invistam na produção de novos bioinsumos, aumentando a variedade de biológicos disponíveis no mercado e, consequentemente, sua adoção no Brasil.

*Danilo Scacalossi Pedrazzoli é vice-diretor do SPARCBio, sigla em inglês para Centro de Pesquisa Avançada em Controle Biológico de São Paulo

**as ideias e opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade exclusiva de seu autor e não representam, necessariamente, o posicionamento editorial da revista Globo Rural
Source: Rural

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