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Setor que responde por pelo menos 20% do Produto Interno Bruto do Brasil, de acordo com pesquisas, o agronegócio não deixou de impactar nem de ser impactado pelo atual cenário econômico. Em 2021, a renda no campo passou de R$ 1 trilhão, segundo o Ministério da Agricultura. Mas também foi um ano de custos elevados, em um cenário de preços de alimentos pressionando a inflação, alta dos preços de combustíveis e crise logística.

 

Se o ano passado foi de forte crescimento para a agropecuária, o mesmo não dá para dizer neste ano. Pelo menos de acordo com projeções de órgãos do próprio governo. A expectativa é de que o PIB da Agropecuária termine este ano em queda, depois de um primeiro semestre positivo. Foi um ano de lavouras impactadas por secas e geadas no últimos meses do ciclo agrícola 2020/2021, e de piora nas expectativas nos últimos meses do ano.

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Dentro da porteira, o produtor rural faturou mais em 2021, indica o levantamento feito pelo Ministério da Agricultura e atualizado mensalmente. O Valor Bruto da Produção (VPB), indicador que mede a renda no campo, deve fechar 2021 no valor total de R$ 1,113 trilhão. E a expectativa para o próximo ano é de se manter na casa do trilhão, avalia o governo. Mesmo com os problemas climáticos que já refletem no desenvolvimento da safra de grãos em algumas regiões do país.

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No ano de 2021, em um país onde a fome e a vulnerabilidade ficaram mais expostos, diante dos efeitos econômicos da pandemia, comer ficou mais caro. Indicadores de inflação refletiram a alta de preços de produtos que fazem parte da cesta básica da população. As carnes por exemplo, só vieram a indicar uma queda na média geral dos preços em outubro, depois de 16 meses, em função do embargo da China. Os problemas climáticos nas lavouras refletiram no quadro de oferta e demanda e toda a cadeia produtiva viveu um cenário de aumento de custos. Algumas, mesmo com alguma dificuldade, repassaram preços.

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Como em todos os anos, a disponibilidade de crédito oficial foi tema de ampla discussão no setor. O governo anunciou mais um Plano Safra com volume recorde a ter taxas de juros subvencionadas. Mas, em poucos meses, contratações de linhas de crédito de diversos programas foram suspensas por falta de recursos. O ano de 2021 foi também de aumento da oferta de investimentos no setor, não apenas em empresas de capital aberto, mas também com os primeiros Fiagro entrando em operação. E o cenário que começa a se desenhar para a o próximo plano safra já deve levar em conta taxas de juros maiores. A tendência é de maior participação do setor privado no funding do setor. 

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Os preços dos combustíveis foram outro destaque econômico do ano. Sucessivas altas de preços definidas pela Petrobras levaram, inclusive, o presidente Jair Bolsonaro, a questionar a política da empresa. Mas a alta do dólar e a paridade internacional do preço do petróleo seguem como diretrizes de definição de preços da empresa. Para tentar conter a alta do diesel e evitar protestos de caminhoneiros, o governo decidiu adiar o aumento da mistura do combustível no diesel de petróleo, mantendo-a em 10%. E também mudou a política de comercialização do biocombustível, que não será mais baseada em leilões oficiais

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Quando o mundo vinha caminhando em um processo de reabertura de suas fronteiras e suas atividades, tudo mudou de novo. A desboberta da variante ômicron do coronavírus voltou a trazer preocupação para governos e para os mercados. Na Europa, novos lockdows e medidas restritivas. Na medicida, a discussão sobre a eficácia das vacinas e a aceleração do processo de imunização de crianças. E, na economia, mais uma onda de preocupação com possíveis efeitos dessa nova fase da pandemia sobre a atividade econômica.

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Uma das consequências da pandemia sobre a atitividade econômica em nível global foi a crise logística. Menor movimentação de embarcações nos portos e falta de contêineres foram motivo de preocupação para diversos segmentos do agronegócio neste ano. Mesmo entre aqueles que registraram crescimento e até recordes de exportações. Houverquem precisasse buscar alternativas mais caras para atender os clientes fora do Brasil. E, na visão de especialistas, é uma crise que ainda está longe do fim.

 

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Source: Rural

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