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Para estar em dia com as exigências de rastreabilidade e produção sustentável, demandadas pelo mundo todo, o agronegócio brasileiro pode usar a seu favor os fundos de investimento disponíveis como alternativa para se financiar sem depender exclusivamente das linhas de financiamento públicas. Carolina da Costa, sócia da Mauá Capital, defende que a participação da iniciativa privada para financiar a agenda verde deve se intensificar muito mais.

Durante live realizada pela Globo Rural e Valor Econômico nesta terça-feira (14/12), ela apontou que grande parte do crédito rural subsidiado pelo governo federal ainda é capturado pelo produtor empresarial, mas é de interesse do mercado financeiro que o agronegócio perceba outras fontes de investimento e que isto se torne acessível também aos pequeno e médios.

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Globo Rural e jornal Valor Econômico realizam especial Semana do Agro

 

Carolina da Costa, sócia da Mauá Capital, é uma das convidadas da Semana do Agro, programação especial de lives realizada pela revista Globo Rural e o jornal Valor Econômico (Foto: Reprodução/Youtube)

 

“Esse arrefecimento de crédito rural a juros controlados é uma realidade e isso gera oportunidade, pois precisamos olhar onde estão as outras fontes que podem ajudar na expansão do agro e com uma agenda sustentável, incentivando produtividade com uso melhor da terra”, disse Carolina ao citar os sistemas integrados como atividade promissora para captação de investimentos.

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Fiagro

Como sugestão para que o leque de fontes de recursos seja ampliado, ela menciona os Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais, os chamados Fiagros. “Os Fiagros têm uma potência interessante por conceder isenção tributária aos rendimentos dos cotistas. Isso pode ser um grande incentivo”, comentou.

No entanto, ela ponderou que os investimentos do Fiagro ficaram em torno de R$ 800 milhões desde a aprovação da Lei nº 14.130, em março deste ano, ante os R$ 3 bilhões que haviam sido projetados como expectativa. A isso ela credita a robustez dos financiamentos, que pode ser melhorada. “É preciso saber construir esse Fiagro de forma a ser atraente ao investidor”, defendeu.

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Ainda por parte da iniciativa privada e como alternativa para organizar este mercado de investimentos que apresenta amplas possibilidades ao agronegócio, Carolina também sugeriu a criação dos Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios (FDICs). “Tem caminho para trabalhar direitos creditórios, fundos de participação… Por isso as empresas podem ser grandes protagonistas em gerar esses Fiagros com composição nos FDICs”, indica.

Seja para a tomada de crédito convencional ou para recursos via estes fundos, a sócia da Mauá Capital insistiu que é importante conhecer a finalidade, a região, o cultivo e o público para quem está sendo destinado o investimento. Para produtores empresariais, isto já é cobrado dentro do contexto da agenda ambiental. Mas para pequenos e médios, Carolina adiciona que o investimento também deve visar um passo atrás, isto é, a capacitação dos produtores.

É preciso trazer uma agenda de recursos junto com desenvolvimento social

Carolina da Costa, sócia da Mauá Capital

 

 

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“A gente sabe de fundos de investimento que estão destinando recursos com essa agenda sustentável aos pequenos e médios, principalmente os pequenos, onde é preciso trazer uma agenda de recursos junto com desenvolvimento social. A gente tem que olhar públicos, oportunidades e regiões”, esclareceu ao exemplificar que Cerrado e Amazônia têm oportunidades distintas e não podem ser olhados de maneira generalizada.

Trazer à discussão produtores com módulos fiscais menores, incluindo a agricultura familiar, exige do investidor um olhar para a inclusão econômica e também digital, segundo ela. Afinal, para surfar na onda do ESG o pilar social não pode mais ser negligenciado. O que é um bom sinal, pois passa a contemplar também mais mulheres e jovens no campo.

Em paralelo, desenvolver fornecedores para rastreá-los e ter melhor controle de qualidade da matéria-prima também é um movimento estratégico por conta dos investidores, pensando na cadeia produtiva de ponta a ponta.

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“Precisamos do fortalecimento da cadeia de suprimentos, com apoio a pequenos produtores, para que eles tenham acesso a acordos comerciais, e não somente ao crédito em si”, disse ao citar que a Mauá Capital mapeou o equivalente a US$ 30 bilhões de dólares em potencial investimento a negócios que conciliam produção com sustentabilidade.

A live com Carolina da Costa faz parte da programação da Semana do Agro, uma programação especial de lives para discutir tendências do agronegócio, realizada pela revista Globo Rural e o jornal Valor Econômico. Para assistir a conversa na íntegra, clique no player abaixo:

Source: Rural

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