Skip to main content

A indústria de biodiesel e outros biocombustíveis obtidos a partir de grãos e oleaginosas estuda propor mudanças no modelo atual do Renovabio para aumentar a participação do setor na emissão de Cbios, os chamados Créditos de Descarbonização, que atestam a eficência na produção de combustíveis renováveis. Segundo o economista-chefe da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), Daniel Furlan Amaral, a entidade pleiteará um sistema de pré-habilitação para armazéns, cooperativas e produtores que fornecem matéria prima ao setor no próximo ano.

Rastreabilidade exigida na certificação de Cbios dificulta emissão por setores de cadeia mais longa, como a do biodiesel (Foto: Eduardo Otubo/CCommons)

 

“A dificuldade das cadeias produtivas mais longas, como no caso da soja por exemplo, é que elas têm uma rede de fornecedores muito ampla. Temos venda direta de fornecedores para  fábrica, de fornecedores que vai pra silos e armazéns e depois pra fábrica, e temos também a venda por meio de empresas intermediarias”, explicou o economista.

Atualmente, o programa mantido pelo Renovabio exige a rastreabilidade da matéria-prima para a certificação e emissão do Cbio – o que dificulta a adesão por parte da indústria de óleos vegetais.

saiba mais

Estoque de CBIO chega a 21 milhões em 2021 e garante cumprimento da meta

 

“Hoje o produtor de biodiesel emite Cbios numa porcentagem muito inferior a sua capacidade e isso decorre do fato de que nós originamos matéria-prima de produtores de grãos ou a usina de biodiesel origina óleo de uma esmagadora  e isso não está reconhecido no Renovabio do ponto de vista das certificações”, acrecsenta o presidente executivo da Abiove, André Nassar ao defender o que chamou de “adequações” no programa para incluir o setor de biodiesel e outros biocombustíveis obtido a partir de grãos.

O pleito faz parte de uma série de medidas que serão defendidas pelo setor a partir do ano que vem, entre elas o fim da obrigatoriedade da comercialização mínima bimestral de 80% do volume registrado no ano anterior e o aumento da mistura obrigatória, hoje em 10%. “Mesmo que o governo não queira, vamos continuar insistindo”, destacou Nassar.

saiba mais

Negociação de CBios cresce 30% na 1ª quinzena de novembro, aponta Itaú BBA

 

“Sabemos que a variável mais importante para o governo é o impacto do biodiesel nos índices de inflação, mas também como ele se distribui em toda a economia brasileira porque assim como todo brasileiro come comida, todo caminhão utiliza diesel”, pontua o presidente-executivo da Abiove ao ressaltar que o efeito das mudanças na mistura obrigatória sobre a inflação é “bem pulverizado”. “O que nós queremos mostrar é que, a despeito do fato de que pode haver um impacto no preço do diesel, existem outros impactos na direção contrária na redução de preços no mercado de alimentos”, completa Nassar.

Source: Rural

Leave a Reply