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Mercado cujo consumo gira em torno de 9,6 mil toneladas por ano, volume pequeno em comparação com outras espécies, como salmão, por exemplo, o cação virou, recentemente, tema de discussão e polêmica, depois que uma licitação para compra do produto para a merenda escolar foi suspensa no município de São Paulo, em novembro.

A Organização Não-governamental Sea Shepherd, que acompanha os pregões, é contra a venda da carne. "Cação é tubarão", explica a bióloga Bianca Rangel. A entidade realiza uma campanha para impedir o consumo de cação. De acordo com os ambientalistas, o fato de viverem muito tempo, algo como entre 20 e 40 anos, eleva o risco de acumularem metais pesados.

(Foto: Thinkstock)

 

Além disso, não haveria controle das espécies consumidas, sem identificar quais estariam ameaçadas de extinção. "A questão de saúde, nessa discussão, pesa mais do que a ambiental, apesar de sermos ambientalistas", pondera Bianca. "Costumam achar que é tubarãozinho de praia do Brasil, mas muitas vezes vêm da indústria pesqueira do exterior", detalha.

Uma pesquisa realizada pela Sea Shepherd revela que o Brasil é o nono país que mais abate tubarões. No entanto, de acordo com o levantamento, 69% dos brasileiros não associam cação a tubarão e 94% não associam com arraia.

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Ainda de acordo com o levantamento, mais da metade dos entrevistados (58%) acreditam que se trata de um alimento saudável, ante 16% que afirmam saber que tem elevados índices de metais. A maioria, de 4,6 mil entrevistados, defendeu o fim do consumo de cação (78%) e a proibição da importação da carne sem definição das espécies (73%).

"Hoje, você pode importar cação sem denominar qual tubarão é, então a gente vai partir disso", afirma Nathalie Gil, diretora da ONG Sea Shepard. "A gente vai verificar essa análise genética do tubarão que está sendo importado", prevê Bianca.

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O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Pescados (Abipesca), Eduardo Lobo, rebate a argumentação das ambientalistas. "Existe um trabalho internacional das ONGs para cercear a pesca no Brasil", ele diz. Ele explica que a maior parte do cação consumido no Brasil é importada. "Como são peixes migratórios, a maior parte consumida no Brasil é importada, mas passa pelas nossas águas, sendo capturados por navios estrangeiros", conta.

Lobo ressalta que não há riscos de contaminação. "As análises são feitas. Cabe à Anvisa garantir a segurança dos produtos", ele diz, em referência à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). "Não tem problema para a saúde nem para o meio ambiente", rebate, classificando como “intempestiva” a suspensão da licitação em São Paulo.
Source: Rural

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