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Conhecida pela produção de alimentos processados, como catchup, a multinacional Kraft Heinz propôs um desafio: estudar como o tomate resiste aos avanços das mudanças no clima. E de uma maneira inusitada: os tomates foram cultivados em um solo que simulava as condições do planeta Marte.

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Para dar uma ideia da dificuldade de plantar no que seria uma superfície marciana, Thiago Rapp, gerente de marketing internacional da Kraft Heinz, cita que atmosfera, radiação e luz do Planeta Vermelho são desfavoráveis ao crescimento das plantas.

“Além disso, muitos dos nutrientes que as plantas precisam utilizar não estão prontamente disponíveis, e isso deve-se em parte a alguns dos sais presentes no regolito – termo que usamos para descrever o material da superfície de Marte, porque não é o solo como nós pensamos”, ele explica, em entrevista à Globo Rural.

Garrafa de edição limitada embarcou num voo espacial para além da atmosfera terrestre, alcançando 37 mil metros de altura e temperaturas de -70°C antes de retornar à Terra (Foto: Divulgação/Kraft Heinz)

 

Como os macro e micronutrientes que as plantas necessitam nem sempre estão disponíveis, explica Rapp, o regolito pode "sufocar" as raízes e limitar o transporte de nutrientes. Na Terra é diferente. Fungos e microrganismos ajudam a condicionar o solo e a interagir com as plantas para facilitar esse processo.

"Esta é uma área de pesquisa cada vez mais importante, considerando a degradação do solo e o aquecimento global que o nosso planeta tende a enfrentar no futuro. Acreditamos que estudos desse tipo são cada vez mais importantes não só para a vida fora da Terra, mas para contornarmos esse cenário e conseguirmos colaborar com a produção mundial da agricultura sustentável em solos adversos", diz Thiago Rapp, único brasileiro no estudo.

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O projeto foi realizado em parceria com cientistas do Instituto Espacial Aldrin ao longo dos últimos dois anos. Sem revelar o investimento, o gerente da Heinz conta que as cultivares selecionadas já faziam parte do banco de sementes da empresa e foram escolhidas com base na adaptabilidade ao ambiente e viscosidade, a fim de assegurar a espessura, textura e dulçor corretos para o catchup.

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“O projeto, em geral, ajudou-nos a compreender mais sobre variedades de sementes que podem prosperar em condições adversas, do que são compostas e como podemos replicar seu crescimento em grande escala para sustentar a vida para além da nossa terra fértil”, comenta Rapp.

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Dr. Andrew Palmer, cientista que liderou a equipe do Instituto Espacial Aldrin, na estufa que simula as condições de solo de Marte (Foto: Divulgação/Kraft Heinz)

 

O Dr. Andrew Palmer, líder da equipe do Instituto Espacial Aldrin, explica que, até agora, a maioria dos esforços para descobrir formas de crescimento e cultivo simulando as condições marcianas trata de crescimento de plantas a curto prazo. “O que este projeto tem feito é olhar para a colheita de alimentos de longo prazo”, afirma.

A pesquisa resultou em uma quantidade pequena de tomates, mas os responsáveis consideram que o objetivo foi atingido. As poucas unidades foram colhidas e transformadas em uma edição especial de catchup para celebrar o projeto, sem finalidade comercial.

A criação foi anunciada de forma interplanetária. Uma garrafa de edição limitada embarcou num voo espacial para além da atmosfera terrestre, alcançando 37 mil metros de altura e temperaturas de -70°C antes de retornar à Terra.

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Source: Rural

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