A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou, nesta quinta-feira (11/11), utilização de farinha de trigo feita com o grão transgênico no Brasil. A decisão desagradou a indústria do setor, contrária à utilização do grão geneticamente modificado, que estuda a possibilidade de entrar na Justiça para vetar a aplicação da medida.
Lavoura de trigo (Foto: REUTERS/Enrique Marcarian)
"A Abitrigo analisará a tomada de medida cautelar para suspender a implementação da decisão da CTNBio até o pronunciamento do Comitê Nacional de Biossegurança", disse, em nota, a Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo). O grãos transgênico é produzido na Argentina.
De acordo com a entidade que representa os moinhos, a decisão da CTNBio traz incertezas ao mercado. No comunicado, a Abitrigo informa que por várias vezes tentou "sensibilizar" o poder público sobre os riscos dessa decisão, argumentando que ela deveria considerar os desejos do consumidor e da indústria nacional.
"Não pode ser ignorado o eventual impacto sobre as exportações brasileiras de produtos derivados (massas, biscoitos e pães) e desmembramentos imprevisíveis sobre a imagem do Agronegócio", diz a nota.
Ainda de acordo com o comunicado, a Abitrigo vai solicitar à Casa Civil da Presidência da República a convocação do Comitê Naiconal de Biossegurança, para uma análise mais abrangente das implicações do trigo transgênico argentino no país.
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Na Argentina, principal fornecedor externo do trigo para o Brasil, exportadores do cereal, chegaram a pedir ao governo que fossem identificados os produtores que plantaram o grão genéticamente modificado, informou reportagem da Reuters.
"Se pudermos identificar áreas de risco onde o trigo geneticamente modificado está sendo plantado, evitaremos fazer compras lá", disse à Reuters Gustavo Idígoras, chefe da Câmara dos Exportadores e Moagem de Grãos CIARA-CEC.
Conforme a reportagem, a Bioceres, empresa respnsável pelo grão modificado, informou que 225 produtores argentinos plantaram 55 mil hectares para a produção de sementes. E o governo argentino informou que a empresa só poderia comercializar o insumo depois da aprovação pelo Brasil.
Source: Rural