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Há mais de 45 dias, o Brasil está sem exportar carne bovina para a China depois da identificação de dois casos atípicos de mal da vaca louca em Mato Grosso e Minas Gerais. Para os pecuaristas mato-grossenses, a situação tem provocado perdas de US$ 4,4 milhões, de acordo o Instituto Mato-grossense da Carne (Imac). O cálculo leva em consideração apenas dias úteis.

A perda de faturamento calculada até agora passa de US$ 60 milhões. Caso a produção não seja destinada a outros mercados, informa a instituição, com o impacto gerado no mês de outubro, o valor pode chegar a US$ 88,17 milhões. Dados preliminares da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), citados pelo Imac, apontam uma redução de 30,2% no valor diário movimentado pelas exportações desde 4 de setembro, quando começou a barreira sanitária à carne brasileira. 

No campo, a arroba do boi gordo já caiu 20% nas últimas semanas, calcula o Imac (Foto: Ernesto de Souza/Ed. Globo)

 

“A suspensão está trazendo prejuízos não só para a indústria. No campo, a arroba do boi já caiu cerca de 20% nas últimas semanas”, afirma o diretor de operações do Imac, Bruno de Jesus Andrade, na nota. Os prejuízos, segundo ele, atingem todos os elos da cadeia, sobretudo confinadores de gado, que precisam comercializar seus animais terminados.

Um levantamento realizado pelo Imac aponta uma queda na atratividade das exportações de carne bovina para a China em 2021. Em 2020, o índice era, em média, 123,1 pontos e em 2021, a média de janeiro a setembro, o índice caiu para 94,3. 

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“O poder de compra de uma tonelada de carne exportada para a China caiu entre 2020 e 2021, mas essa relação melhorou entre agosto e setembro desse ano”, afirma Andrade. “A indústria está vendendo a carcaça em valor inferior ao preço pago por ela à carcaça comprada do pecuarista”, explica o representante.

Com maior oferta de carne no mercado interno, a perspectiva é que o preço da carne caia ainda mais no mercado doméstico, segundo ele — o boi gordo e a carne no atacado já estão sendo negociados em valores menores. “Pode levar mais tempo para que essa desvalorização seja verificada nas gôndolas dos supermercados. ”, prevê Andrade.
Source: Rural

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