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O presidente da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), deputado Sérgio Souza (MDB-PR), negou, nesta quarta-feira (6/10), que o agronegócio brasileiro esteja dividido em relação do governo do presidente Jair Bolsonaro. Ele fez a declaração após o café da manhã que reuniu representantes da bancada ruralista e o presidente, no Palácio do Planalto, em Brasília (DF).

Na visão do presidente da FPA, a ideia de que lideranças retiraram seu apoio ao governo é uma "interpretação daqueles que querem difundir uma discórdia interna". Para o deputado Sérgio Souza, o avanço da discussão sobre as pautas prioritárias para o setor sinalizam o que chama de alinhamento entre a agropecuária e o governo federal.

"Em momento algum, ninguém retirou apoio ao presidente", disse ele, em entrevista coletiva, após o encontro com Bolsonaro. "O agro está extremamente alinhado com o presidente e suas pautas, como o presidente está alinhado com a pauta do agro. Estamos alinhados, governo, Frente Parlamentar Agropecuária e agropecuária brasileira", acrescentou.

Bancada ruralista se reuniu com presidente Jair Bolsonaro (Foto: FPA)

 

"O agro vai bem e, grande parte, em função de quem vocês indicaram para ser ministra da Agricultura", disse Bolsonaro, em referência a Tereza Cristina. Deputada federal licenciada por Mato Grosso do Sul, ela foi presidente da Frente Parlamentar Agropecuária.

Foi o segundo café da manhã da Frente Parlamentar Agropecuária com o Bolsonaro, destacou Souza. O anterior tinha sido realizado ainda no início do atual mandato. De acordo com o presidente da FPA, o encontro serviu para se avaliar o andamento das discussões que são consideradas importantes para setor agropecuário.

Entre os assuntos, segundo Souza, foram mencionados os instrumentos de financiamento e investimento no setor, como o Fiagro; logística, como o projeto Br do Mar, de incentivo à navegação de cabotagem; e projetos em andamento no Congresso, como os que tratam da regularização fundiária e do licenciamento ambiental. "Deve ser aprovado no Senado nas próximas semanas", previu Souza, em referência às normas de regularização fundiária.

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Outro tema discutido foi o marco temporal para demarcação de terras indígenas no Brasil. Sérgio Souza negou que estabelecer uma data de referência represente uma retirada de direitos dos indígenas. Para o parlamentar, o texto que trata do assunto, em debate no Congresso Nacional, acrescenta direitos, como o da exploração sustentável das áreas.

"Na leitura que fazemos, não tira uma vírgula de direitos", pontou Souza, destacando que as terras indígenas já demarcadas no Brasil corresponde a 14% do território nacional. "O produtor rural, que produz grãos, usa 7% do território nacional e ainda assim somos o supermercado do mundo", disse.

Trilhão

Sérgio Souza reforçou que o Brasil vai levar uma imagem de sustentabilidade para a próxima Conferência da ONU sobre o Clima (COP 26), em Glasgow, na Escócia. Citando como exemplo, os biocombustíveis, como o etanol e o biodiesel, o deputado disse que o Brasil tem o que mostrar em matéria de políticas voltadas para a sustentabilidade.

De acordo com o deputado, a FPA reafirmou ao presidente sua posição contrária ao desmatamento ilegal. E que não há no mundo uma legislação ambiental tão rigorosa como a do Brasil.

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Na terça-feira (5/10), a bancada ruralista debateu, em sua reunião semanal, com integrantes do governo, a agenda brasileira para a COP 26. O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, disse que pretende reforçar a imagem de sustentabilidade no Brasil na ONU e cobrar dos países ricos a promessa de repasse dos US$ 100 milhões para os países em desenvolvimento. Leite cogitou a possibilidade de se reivindicar até mesmo um montante maior.

Questionado sobre o assunto, nesta quarta-feira (6/10), o presidente da Frente Parlamentar Agropecuária ressaltou a necessidade de se dar valor à floresta em pé. Se isso não for feito, será um estímulo ao desmatamento. E que US$ 100 milhões são insuficientes. "Precisam ajudar a manter a floresta em pé. E esses 100 bilhões não é suficiente, acho que tínhamos que ter algo em torno de US$ 1 trilhão", disse o deputado.
Source: Rural

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