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Criado nos Estados Unidos, o termo startup apareceu no final da década de 9190. Mas foi só nos últimos anos que o modelo de empresa começou a fazer sucesso no agronegócio brasileiro. E está em franca ascensão. O setor já é o terceiro com mais startups no país, segundo pesquisa da Associação Brasileira de Startups (Abstartups).

Pela perspectiva de quem investe, Cassio Spina, presidente da Anjos do Brasil, revela que, em 2020, a instituição – que fomenta o investimento anjo como forma de apoio ao empreendedorismo – já havia eleito as agtechs como nicho mais promissor para se apostar no Brasil.

Robô na colheita de tomate (Foto: Getty Images)

 

Apesar da sede do mercado, ele pondera que há muitas startups do setor trabalhando em poucas soluções, fazendo o mesmo, como monitoramento de pragas por imagens de satélite ou gestão de dados em nuvem.

Outra atuação das agtechs em formato engessado, segundo Spuna, é o marketplace, que teve uma ascensão decorrente da pandemia, quando as revendas físicas precisaram baixar as portas. “Marketplace só funciona quando tem um tamanho suficiente para ganhar escala. Tem que avaliar se realmente agrega valor para as duas pontas, comprador e cliente”, comenta.

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A fim de evitar um formato de negócio sem sustentabilidade, Renata Zanuto, co-head do Cubo Itaú, lembra que startup é aquela empresa que está resolvendo um problema por meio da tecnologia e com potencial de escala, “considerando que o número de clientes seja desproporcional ao tamanho da startup”.

“Não basta ser apaixonada pela ideia de solução, porque às vezes não é essa a solução que o mercado precisa e vai valorizar. Apenas 10% das startups que começam na ideia inicial é que dão certo”, diz.

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Segundo Guilherme Kudiess, diretor de aceleração da Ventiur, a falta de longevidade das startups e esta repetição de soluções fornecidas se deve exatamente ao fato de o empreendedor não avaliar com cuidado o problema que está se propondo a resolver. “Tem coisas novas, mas tem demasiadamente coisas repetidas, e isso é porque a lição de casa lá atrás não foi feita, de ver quem já está resolvendo aquela dor e de qual forma”, comenta.

Para que mais agtechs brasileiras possam inovar e tenham um futuro próspero, Globo Rural consultou os especialistas para saber as cinco dicas para começar uma agtech. Confira!

Passo 1 – Agarre o problema

Se você enxerga um grande problema dentro de determinado nicho ou atividade do agro, este pode ser o impulso para criar uma solução e se lançar no mundo das agtechs. “Se é real e relevante, provavelmente tem uma oportunidade aí”, diz Guilherme.

Segundo Cassio Spina, da Anjos do Brasil, muitas vezes a ideia para resolver determinado ponto crítico pode vir depois, “mas, antes, é essa dor que vai ser o impulso e que é preciso sempre manter em mente”, ele indica.

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Passo 2 – Teste hipóteses

Renata Zanuto, do Cubo Itaú, encoraja a tirar as ideias do papel e colocá-las em prática. "Testar hipóteses em pequena escala pode ajudar a entender o mercado na prática, adquirir alguns clientes, ver onde melhorar", sugere. Assim, o negócio começa a tomar forma e mais argumentos podem ser expostos a um investidor.

Passo 3 – Forme um time

Uma startup não sai da teoria sem um time com conhecimentos variados. Por isso, a jornada do empreendorismo pode ter um time enxuto, mas que os especialistas consultados chamam de perfis complementares. "O ideal é que um time tenha uma pessoa de negócios, que faça a frente comercial, uma pessoa da tecnologia, e uma outra pessoa de atendimento", diz Guilherme Kudiess.

Passo 4 – Confira a escalabilidade

Cassio Spina aconselha que é preciso ficar de olho em oportunidades que tenham grandes mercados. "Se você for muito restrito, é difícil de ganhar escalabilidade", comenta. Crescer muito sem exigir grandes estruturas é uma característica das startups. Se para ampliar a atuação, o empreendedor precisa de escritórios maiores e cada vez mais funcionários, talvez a ideia fuja do conceito.

Passo 5 – Estude as fontes de investimento

A maturidade do negócio também vai ditar o tipo de investimento mais apropriado. "Não dá para bater na porta de um grande investidor ou dos fundos de investimento só com uma ideia. Para chegar aí, tem que ter um protótipo funcional, clientes iniciais, para mostrar que você sabe fazer, tem alguma demanda", observa o presidente da Anjos do Brasil.

Por isso, para quem ainda está nos primeiros caminhos, ele sugere utilizar  recurso próprio, ou de família e amigos, ou ainda procurar uma aceleradora de negócios.

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Guilherme Kudiess, da Ventiur, adiciona duas alternativas: universidades e hubs. "A maior parte das startups pode recorrer a universidades próximas, que tem incubadoras para a ajudar na parte inicial e os hubs de forma gratuita", diz ao citar a possibilidade de o empreendedor fazer conexões com programas para startups do Sebrae e fundações de pesquisa estaduais.

Dica extra: Tenha paciência

O dinheiro do investidor proporciona a velocidade à startup ir ao mercado, mas isso não significa sucesso do dia para a noite. Renata, do Cubo Itaú, aconselha que, em média, 18 meses são suficientes para a startup rodar a quantia investida e avaliar o desempenho do período.

"Passados os 18 meses, a dica é repensar, porque este é o tempo que o produto vai mostrar se resolve ou não um problema", diz. Até mesmo as startups unicórnio – nome dado àquelas que são avaliadas em mais de US$ 1 bilhão – passaram por este processo de autoavaliação.

Para Cassio Spina, startups têm levado entre três e cinco anos para deslanchar. "E naqueles casos de aceleração em tempo rápido, os empreendedores que estão por trás geralmente já tem um ponto de partida mais elevado, com negócios antecessores", conta.

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Source: Rural

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