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O baixo poder de compra dos brasileiros em meio a um taxa recorde de desemprego e uma inflação crescente tem comprimido as margens da indústria de um dos itens mais básicos da alimentação nacional: o feijão. Em nota divulgada nesta quarta-feira (8/9) o Instituto Brasileiro do Feijão, Pulses e Colheitas Especiais (IBRAFE) afirma que alguns dos seus associados chegaram a relatar ter zerado as margens “para conseguir pelo menos pagar a folha e para ter uma remuneração dentro do mês”.

Item básico da alimentação dos brasileiros, feijão tem maior peso sobre o orçamento de famlias com menor renda , segundo IBGE (Foto: Agência Brasil)

 

“Nas prateleiras dos supermercados é possível constatar uma boa variação entre os valores de venda de diferentes marcas de Feijão. A diferença entre pacotes de 1 quilo pode chegar a R$ 3,00 entre uma marca e outra. Isso significa um investimento da indústria, uma diminuição de margem para suprir a necessidade de venda”, explica a entidade, em nota na qual ressalta a diferença entre a alta no preço pago ao produtor e a média de preços no varejo.

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Segundo o Instituto, preço médio de venda ao consumidor final em 2021 foi de R$ 8,37, uma diferença de 13,7% para os R$ 7,22, preço médio aplicado em 2020. Já a saca de feijão carioca subiu 36% para o produtor, no comparativo ao ano anterior, segundo números da Conab. “Utilizando o exemplo de Minas Gerais, a média do preço de venda em agosto de 2020 era de R$203,00. Este ano, esse mesmo Feijão está sendo vendido por R$ 277,00”, explica o Ibrafe.

Ainda de acordo com o Instituto, as indústrias do setor entendem que “que há uma supervalorização dos alimentos em geral e, por outro lado, um consumidor sem dinheiro, buscando promoções e alternativas de preço menor, obrigando as indústrias, no desespero de venda, a fazer promoções”.

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“Dentro da cadeia produtiva do feijão, cada elo tem sentido esse desajuste de forma diferente. Enquanto produtores amargam a alta no preço dos insumos, empacotadores veem sua margem praticamente sumir diante da drástica diminuição do poder de compra do brasileiro”, completa o Instituto.
Source: Rural

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