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Augusto Miguel Lohmann, de 11 anos, ajuda os pais a tirar leite e tratar das vacas desde os 8 anos, mas agora ganhou uma missão especial. “Vou cuidar sozinho da minha terneira. Vou dar leite na mamadeira, colocar ração no coxo, dar água e muito carinho”, disse o menino, se referindo à bezerra Mimi, que nasceu em 9 de agosto, na propriedade rural familiar em Colina, no Vale do Taquari, no Rio Grande do Sul.

Filho de pecuaristas de leite, Augusto é um dos participante do
concurso Clube da Terneira. Na foto, ele está com Mimi, que nasceu
no dia 9 de agosto (Foto: Aline Lohmann/Acervo Pessoal)

Filho de produtores de leite e suínos associados à Languiru, Augusto é um dos 50 participantes do concurso Clube da Terneira (como são chamadas as bezerras no Rio Grande do Sul), lançado pela cooperativa gaúcha para incentivar as crianças e adolescentes a adotarem um animal e assumirem, com a ajuda dos responsáveis, as tarefas diárias visando o bem-estar, alimentação e manejo das bezerras que serão as fornecedoras de leite da propriedade e da cooperativa no futuro.

As inscrições para o concurso estão abertas até 31 de agosto, com vagas limitadas a 50, para crianças de 7 a 12 anos e adolescentes de 13 a 17 anos. Podem concorrer garotos e garotas com terneiras das raças jersey e holandesa nascidas entre 1º de agosto e 31 de outubro deste ano.

Alexandre Schneider, gerente de marketing e desenvolvimento corporativo da Languiru, diz que o concurso tem como objetivo incentivar a sucessão familiar nas propriedades produtoras de leite que fazem parte da cooperativa. A Languiru já tem um programa de capacitação para jovens a partir de 14 anos, mas faltava um incentivo também para os menores.

“Outro objetivo do concurso é lembrar aos produtores focados nos cuidados das vacas leiteiras que as terneiras bem cuidadas são as futuras vacas de lactação. É preciso olhar com carinho para os animais mais jovens”, fala Schneider.

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A cooperativa tem 6.000 associados, 1.700 da cadeia leiteira, mas limitou as inscrições a 50, porque os participantes vão receber acompanhamento dos técnicos, com inspeções in loco. Além de cuidar dos animais, os inscritos terão que fazer um checklist diário com anotações em fichas de dados sobre limpeza, dieta, fotos, avaliação do Ganho de Peso Diário (GPD), teste genômico, idade, peso do desmame e calendário sanitário.

No cadastro, devem constar a data de nascimento da terneira, nome, número do brinco, identificação do pai, da mãe e raça e uma foto do participante e do responsável fornecendo colostro, tratando o umbigo da bezerra e oferecendo leite, ração, feno e água. Também valem pontos nas visitas de avaliação a limpeza das mamadeiras, bebedouros, cochos de ração e do local onde vive a terneira, assim como a anotação da data das primeiras dosagens dos alimentos, a média de consumo e o atendimento às orientações técnicas repassadas pelo setor de leite da cooperativa ou pelo profissional técnico e veterinário que acompanha a propriedade do associado.

O diretor diz que em novembro de 2022 vai acontecer a grande final. “Os que se destacarem nas semifinais regionais vão desfilar em evento na sede da cooperativa com suas terneiras como se estivessem numa exposição para julgamento dos animais.”

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Augusto, que levanta às 6h para pegar o ônibus que o leva para a escola na zona urbana, onde cursa o 6º ano, diz que está confiante de que será um dos escolhidos para o grande desfile. “Vou cuidar bem da Mimi e tenho certeza de que no futuro ela será uma vaca recordista de leite.”

A mãe de Augusto, Aline, diz que o menino é muito responsável e está bem entusiasmado com sua missão. “Quem está com ciúmes é meu filho mais novo, Andreas, que não pode participar do concurso porque tem apenas cinco anos.” A família tem mais de cem animais, entre terneiras e novilhas, com produção diária de 1.000 litros de leite, que é totalmente entregue a Languiru.

As inscrições podem ser feitas no Setor de Leite do Departamento Técnico da Languiru ou com o profissional técnico que atende a propriedade. É pré-requisito o atestado anual negativo para tuberculose e brucelose dos animais da propriedade desde 2020.
Source: Rural

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