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Nem só de vôlei vive Carol Gattaz, jogadora da seleção feminina do Brasil que está disputando sua primeira Olimpíada e festejou o aniversário de 40 anos nesta terça (27/7) em quadra, na vitória sobre a República Dominicana por 3 sets a 2.

Carol pertence à quarta geração de uma família de produtores rurais da região de São José do Rio Preto (SP). Possui uma fazenda de gado em Ilha Solteira (SP) e terras que arrendou para o plantio de cana-de-açúcar.

Carol Gattaz a cavalo. Segundo irmã, veterinária, jogadora de vôlei chegou a disputar provas de três tambores, mas "desistiu porque ficou muito grande" (Foto: Foto cedida pela família)

 

Quem cuida dos interesses agropecuários da jogadora, que defende o Minas Tênis Clube e mora em Belo Horizonte, é seu pai, Mauricio Saad Gattaz. Neto e filho de agricultores, ele também tem fazenda em Ilha Solteira, onde planta 1.500 hectares de cana e faz renovação com soja. Em outra fazenda, em Alto Garça, Maurício cria gado de corte.

“Ela investiu no negócio e participa da vida na fazenda sempre que tem folga dos treinos e dos jogos. Sua vida hoje é o vôlei, mas, quando se aposentar, deve montar uma escolinha de vôlei e cuidar das suas terras”, diz o pai, sem esconder o orgulho da filha mais velha, que pratica vôlei desde os 13 anos e só agora realiza o sonho de disputar uma Olimpíada. “Falo sempre com ela em Tóquio e até hoje ela está ‘boba’ com a oportunidade.”

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Carol Gattaz com o pai, Maurício. "Ela investiu no negócio e participa da vida na fazenda sempre que está de folga dos treinos e dos jogos", contou ele à Globo Rural (Foto: Foto cedida pela família)

A nutricionista e veterinária Marcela, irmã do meio de Carol, conta que a jogadora sempre gostou de esportes, monta muito bem e chegou a disputar provas de três tambores em rodeios na adolescência. “Ela desistiu porque ficou muito grande.” Carol, que joga como central, tem 1,92m de altura e é uma das mais altas da atual seleção.

Marcela tem uma empresa de alimentação saudável em São José do Rio Preto (SP) e diz que sempre despacha para Belo Horizonte marmitas para a alimentação da irmã. “Carol é nossa garota-propaganda”, diz. Renata, a outra irmã da estrela da seleção de vôlei, é arquiteta e está grávida do segundo filho. Carol é madrinha da primeira sobrinha.

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No Instagram, Carol, titular do time dirigido por José Roberto Guimarães, agradeceu às centenas de mensagens de parabéns que recebeu e disse que viveu o melhor aniversário de sua vida. “Vou me lembrar pra sempre desse 27/07/21. Nem nos meus melhores sonhos de criança eu imaginaria ganhar um presente desses. Papai do céu caprichou!”

Os pais de Carol são separados. Nas redes sociais, a mãe dela, Cidinha Gattaz, festejou a convocação da filha e lembrou sua luta para realizar o sonho. “Vamos torcer demais pela vitória. Mas a grande vitória é sua por ter chegado aos 40 anos onde chegou. E todos sabemos de sua grande luta para isso acontecer. É mais do que nunca merecidíssima. Com medalha ou sem medalha, já ganhamos nosso presente maravilhoso."

Ricardo Gattaz, primo de Carol, também é do agro. Ele mantinha companhia de touros para rodeio em São José do Rio Preto que rodava o país. “Atualmente, nosso foco é reprodução e formação de touros de pulo. Estamos focados em fornecer bons animais para outras companhias.” Por ter mudado o foco, o negócio de Ricardo não foi tão afetado pela paralisação dos rodeios no Brasil, desde março de 2020.

Carol Gattaz (camiseta nº2, à esquerda da foto) comemora com as companheiras de seleção. Vitória sobre a República Dominicana por 3 sets 2 nos Jogos Olímpicos veio no dia em que a atleta completou 40 anos. "Nem nos meus melhores sonhos de criança eu imaginaria ganhar um presente desse", escreveu, em seu perfil no Instagram (Foto: Reprodução/Instagram)

 

A atleta, convocada pela seleção desde 2013, foi medalha de prata nos Campeonatos Mundiais de 2006 e 2010. Ela fez parte da preparação para a Olimpíada de Atenas de 2004, mas foi cortada. Nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008 e de Londres em 2012 também integrou a equipe na preparação, mas foi preterida no final e acabou se tornando comentarista de vôlei pelo canal SporTV, função geralmente ocupada por ex-atletas.

Chegou a pensar em se aposentar, mas continuou jogando em clubes. Nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, também ficou de fora da seleção. Neste ano, com boas apresentações pelo Minas, Carol voltou a ser convocada após 8 anos sem representar a seleção brasileira.

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Conquistou a prata na Liga das Nações, disputada em Rimini, na Itália, um mês antes da Olimpíada. Nessa competição, foi eleita a melhor central, ao lado da jogadora turca Eda Erdem. Pelo Minas, onde está há oito temporadas, conquistou vários títulos, entre eles o tricampeonato do Sul Americano de Clubes (2018, 2019 e 2020).

Carol Gattaz (em pé, com o braço levantado), junto com as compenheiras de seleção brasileira de vôlei feminino, em Tóquio. (Foto: Reprodução/Instagram)

 
Source: Rural

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